quinta-feira, 30 de junho de 2011

Delegado: modelo foi condenada a morte por 'tribunal' de Nem


O delegado da Divisão de Homicídios do Rio de Janeiro, Felipe Ettore, afirmou na tarde desta quarta-feira que o sumiço de uma carga de haxixe no valor de R$ 30 mil motivou o desaparecimento da modelo Luana Rodrigues, 20 anos. Ela e a amiga Andressa Rodrigues, 25 anos, saíram de casa no dia 9 de maio em direção à favela da Rocinha, zona sul da cidade, e nunca mais voltaram.

De acordo com Ettore, a droga pertencia a um traficante do morro de São Carlos, no Estácio, centro da capital. Antes de ser pacificada, a favela era dominada pela mesma facção que controla o tráfico de drogas na Rocinha. Segundo o delegado, Luana seria responsável pelo transporte das drogas da favela para outras comunidades.

O chefe da DH também afirmou que ambas foram julgadas e condenadas a morte pelo chamado "tribunal do tráfico", chefiado por Antonio Francisco Bonfim Lopes, o Nem, que comanda a venda de drogas na comunidade da zona sul. Ettore disse que cinco mandados de prisão foram expedidos por homicídio duplamente qualificado, por motivo fútil e impossibilidade de defesa da vítima, além de ocultação de cadáver.

Ossada
Mais cedo, policiais civis da Divisão de Homicídios (DH) e da Coordenadoria de Recursos Especiais (Core) encontraram três ossos humanos em diferentes pontos da mata na favela da Rocinha. Os agentes também acharam um local com características de um "micro-ondas" (apelido dado por traficantes a locais de execução, no qual corpos são carbonizados com pneus queimados) onde a modelo pode ter sido morta. Aproximadamente 130 homens realizavam uma operação na comunidade, especialmente na Divineia, a procura do corpo. A polícia não trabalha mais com a possibilidade de Luana ser localizada com vida.

A jovem tinha um filho de 2 anos com um morador da favela, morava na Estrada das Canoas e fazia parte da agência de modelos Dream model's. Pouco depois de desaparecer, parentes dela estiveram na Rocinha em busca de informações e receberam a notícia de que ela teria sido morta por traficantes. Luana foi vista pela última vez em frente a uma loja de venda de veículos dentro da comunidade.

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