quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013

Demissões em massa podem complicar a vida de 28 brasileiros no UFC

Dana White sacudiu o mundo do MMA ao anunciar, de uma tacada só, a demissão de 16 lutadores, incluindo os brasileiros Jorge Santiago e Wagner Caldeirão, além de Jon Fitch. Após o choque inicial, o presidente do UFC avisou: deverá cortar mais 100 lutadores nos próximos meses.

O Ultimate possui mais de 350 atletas em seu plantel, sendo 64 do Brasil. No entanto, 28 lutadores brasileiros se encontram em situação delicada na organização, e podem depender do resultado de suas próximas lutas para se manter empregado.

Embora o UFC não tenha um critério específico para justificar demissões – Paulo Thiago segue no evento apesar da série de quatro derrotas em cinco lutas, enquanto o experiente Vladimir Matyushenko foi parar no RH após quatro vitórias em sete lutas, tendo perdido apenas para os duríssimos Jon Jones, Alexander Gustafsson e Ryan Bader.

A TATAME lista abaixo os atletas tupiniquins que precisam vencer para terem mais segurança no emprego. Alguns deles ainda não estrearam no octógono, mas foram incorporados do Strikeforce ou contratados para suprir vagas de atletas lesionados em 2012, o que os deixa em situação de risco.
Confira:

Gerônimo Mondragon (peso-pesado): assinou com o UFC para estrear contra Gabriel Napão, mas saiu do card do Rio ao ser constatada hepatite B. Ainda não tem luta marcada.

Thiago Silva (peso-meio-pesado): venceu duas das últimas três lutas, mas ambos os triunfos foram anulados com o resultado positivo do antidoping. Suspenso, ele tem apenas uma vitória desde 2009 (no período, fez seis lutas).

Fábio Maldonado (peso-meio-pesado): conta a seu favor o fato de sempre estar disposto a enfrentar qualquer adversário e promover lutas empolgantes, mas venceu apenas a primeira de suas quatro lutas no evento. Ainda não tem luta marcada.

Ednaldo Lula (peso-meio-pesado): perdeu a única luta que fez na jaula, para Gabriel Napão, e cancelou sua estreia nos meio-pesados após fraturar o antebraço. Ainda não tem luta marcada.

Guto Inocente (peso-meio-pesado): está invicto no MMA, mas o fato de ter vindo do Strikeforce e lutar em uma categoria superlotada torna decisiva sua estreia na organização, que ainda não tem data definida.
Duas derrotas e recente caso de doping complicam a vida de Rousimar Toquinho no evento (Foto UFC)
Rousimar Toquinho (peso-médio): já chegou a ser apontado como possível adversário de Anderson Silva, mas vem em má fase. Perdeu duas seguidas por nocaute, e não tem vitórias sobre atletas no Top 10 do UFC. Foi pego por doping na última derrota e está suspenso até o segundo semestre do ano.

Rafael Sapo (peso-médio): venceu metade das lutas que fez no evento, mas ainda não está seguro no emprego. Vem de vitória, então um novo triunfo o coloca em posição mais confortável. Ainda não tem luta marcada.
Caio Monstro ainda não venceu no evento (Foto Marcelo Barone)
Caio Monstro (peso-médio): foi contratado após apenas cinco lutas na carreira e perdeu na estreia, o que lhe coloca em posição de risco. Ainda não tem luta marcada.

Daniel Sarafian (peso-médio): conta a seu favor o fato de ter conquistado relativa fama com o reality show do UFC no Brasil e ser patrocinado pela franquia, mas perdeu em sua estreia. Precisa vencer a qualquer custo para não ficar na corda bamba. Ainda não tem luta marcada.

Paulo Thiago (peso-meio-médio): assim como Maldonado, sempre promove lutas empolgantes, mas venceu em apenas uma das cinco últimas aparições. Ainda não tem luta marcada.

Sérgio Moraes (peso-meio-médio): ganhou de bandeja a vaga na final do TUF Brasil com a lesão de Sarafian, mas perdeu para Cezar Mutante. Venceu em seguida, mas precisa manter o cartel positivo para respirar. Ainda não tem luta marcada.




Marcelo Magrão (peso-meio-médio): invicto no MMA, estreou com vitória, mas não lutou bem. Pega um sul-coreano neste sábado, pelo UFC Japão, e um triunfo lhe daria mais tranquilidade.

Yuri Villefort (peso-meio-médio): estreou no último sábado e perdeu para outro ex-lutador do Strikeforce. O fato de a luta ter sido movimentada deve lhe manter o emprego, mas uma nova derrota pode custar o cargo. Ainda não tem luta marcada.

Tavares foi nocauteado e pego por doping (Foto Eduardo Ferreira)
Thiago Tavares (peso-leve): vinha em boa fase, mas foi nocauteado por Khabib Nurmagomedov no UFC de São Paulo. Piorou sua situação ao ser flagrado no antidoping, e uma nova derrota pode ser encarada como definitiva para os cartolas. Está suspenso até setembro.

Gleison Tibau (peso-leve): um dos brasileiros há mais tempo na organização, vem de duas derrotas em três lutas. Ainda não tem luta marcada.

Rafaello Trator (peso-leve): não foi bem em sua primeira passagem pelo show e aceitou lutas em cima da hora no retorno, o que contou a seu favor. Vem de vitória, mas é a única em suas últimas três aparições na jaula. Ainda não tem luta marcada.

Fabrício Morango (peso-leve): tem uma vitória em quatro lutas pelo Ultimate, e se recupera de lesão. Ainda não tem luta marcada.

Francisco Massaranduba (peso-leve): leva vantagem por ser carismático e ter cativado o público no TUF Brasil, mas tem uma vitória em duas aparições, então precisa vencer para trabalhar sem a pressão da demissão. Ainda não tem luta marcada.

Cristiano Marcello (peso-leve): luta neste sábado, no UFC Japão, e necessita da vitória. Vem de polêmica vitória por pontos no Rio de Janeiro, sua única na organização.

Lucas Mineiro (peso-leve): foi chamado às pressas para o UFC SP e perdeu para o mais tarimbado Edson Junior. Terá nova chance por ter aceitado o pedido da organização, mas uma nova derrota lhe custaria o emprego. Ainda não tem luta marcada.

Adriano Martins (peso-leve): venceu Jorge Gurgel no Strikeforce e carimbou o passaporte para o UFC, mas o excesso de pesos leves sob contrato com a franquia deve causar mais cortes na divisão. Precisa atingir o mesmo resultado no octógono. Ainda não tem luta marcada.

Rani Yahya (peso-pena): vem de vitória por finalização sobre o já demitido Josh Grispi, e luta neste sábado, pelo UFC Japão. Se vencer, coloca os pés mais firmes no evento.

Charles do Bronx (peso-pena): o nocaute para Cub Swanson pôs fim à boa sequência no peso pena, e apenas a vitória interessa. Seu caso não é tão complicado, mas a derrota pode custar caro. Ainda não tem luta marcada.
Sertanejo tem uma vitória em três lutas (Foto Eduardo Ferreira)
Felipe Sertanejo (peso-pena): venceu apenas uma de três lutas no evento, com uma derrota e um empate. Não faz lutas mornas, mas só isso não garante seu emprego por muito tempo. Ainda não tem luta marcada.

Rodrigo Damm (peso-pena): saiu do TUF com vitória e perdeu em seguida, em luta ruim. Mais experiente, sabe que só a vitória lhe deixa na organização. Ainda não tem luta marcada.

Godofredo Pepey (peso-pena): o vice-campeão do TUF vem de vitória, mas o excesso de atletas sob contrato provocará cortes – e sua cabeça pode rolar se perder mais um confronto. Ainda não tem luta marcada.

Johnny Eduardo (peso-galo): perdeu no UFC Rio 1 ao ser chamado em cima da hora, mas venceu em seguida. Uma derrota deixaria seu cartel negativo, colocando-o em risco iminente. Ainda não tem luta marcada.

Marcos Vina (peso-galo): levou sufoco em sua estreia na jaula, quando venceu por nocaute, mas não levou a mesma sorte na aparição seguinte. Precisa do triunfo para não ser forçado a procurar outro ringue para lutar. Ainda não tem luta marcada.

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