sexta-feira, 29 de março de 2013

Caso Nardoni completa 5 anos e defesa quer anulação do júri

A defesa do casal condenado pela morte de Isabella Nardoni, ocorrida há exatamente cinco anos, ainda aguarda o resultado dos recursos impetrados em instâncias judiciais superiores pedindo a anulação do júri por impossibilidade de defesa em virtude do alegado pré-julgamento midiático e pela proibição de transmissão televisiva do julgamento, além da adequação da pena considerada muito alta. A expectativa do advogado Roberto Podval, que representa Alexandre Nardoni e Anna Carolina Jatobá, é que as decisões sejam julgadas pelo Superior Tribunal de Justiça e Supremo Tribunal Federal até o final do ano. “A gente está aguardando e temos esperanças, lógico, que se conserte um dos maiores erros jurídicos desse País”, disse o defensor.

Segundo ele, o julgamento do caso Isabella já começou “resolvido”. O pai e a madrasta de Isabella foram condenados, respectivamente, a 26 anos e oito meses e a 31 anos de detenção no dia 27 de março de 2010. “Não acredito que tenho tido chance de defendê-los porque tamanha foi a exposição que todo mundo sabia o resultado antes de começar o júri. Foi só uma etapa formalmente cumprida”, avaliou.

O promotor que cuidou do caso, Francisco José Cembranelli, não crê que haja alguma reviravolta no caso. “Os recursos estão previstos em lei e como ele (advogado) diz, ainda há esperança, mas não acredito na alteração porque os tribunais vêm firmando a mesma posição”, reiterou. Cembranelli criticou o fato de serem permitidos recursos que não constam mais no Código Penal Brasileiro (CPB). Segundo ele, o protesto por novo júri no caso de sentenças acima de 20 anos deixou de existir em 2008, com a reforma no CPB. “Só no Brasil que ficam recorrendo a instâncias mais elevadas discutindo um dispositivo que não existe mais. A esperança é a ultima que morre e isso explica o fato de a defesa acha que vai mudar alguma coisa”, salientou.  

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