sábado, 27 de abril de 2013

Para vítima da Kiss, dor pela perda das amigas é maior que marcas no corpo

Três vezes por semana, Gabriele Stringari, 20 anos, se dedica durante uma hora e meia nas sessões de fisioterapia para amenizar os danos causados em seu corpo na madrugada do dia 27 de janeiro deste ano. Sobrevivente do incêndio na Boate Kiss, em Santa Maria (RS), a jovem ficou 53 dias internadas no hospital – 22 deles em Unidade de Terapia Intensiva (UTI) – devido à inalação da fumaça tóxica e às queimaduras graves sofridas, principalmente, nos membros superiores, que ainda comprometem alguns movimentos das mãos. Mas as sequelas físicas da tragédia que ganhou destaque no mundo inteiro não são a parte mais difícil nessa luta diária. Gabi perdeu três amigas naquela noite que enlutou o País.

“O que ficou no meu corpo não é nada perto da dor de ter perdido elas. Ainda penso muito na perda das minhas três amigonas e dos conhecidos e sinto muita tristeza, pois sei que quando retornar a Santa Maria elas não vão estar lá me esperando”, confessou. 


Do grupo inseparável formado por oito amigos - sete meninas e um menino -, cinco estavam na Kiss quando começou o fogo. Gabriele e Kelen Giovana Ferreira conseguiram se salvar. Laureane Salapata, Cristiane Rosa e Juliana Santos, não. “A amizade delas sempre foi algo que valorizei, sempre estiveram comigo e quando perdi minha mãe, há um ano e meio, foram elas que me ajudaram a superar, que me tiravam de casa, não deixavam eu ficar triste. Ter que passar por isso de novo tem sido muito doloroso”, contou.

"Por trás de um sorriso de alívio por estar viva ao lado de quem ela ama, existe uma Gabi que carrega o sofrimento de lembrar de tudo o que aconteceu. Sabemos que jamais ela irá esquecer daqueles momentos tão dolorosos, mas com o tempo a dor irá amenizar. A sua vida e rotina mudaram drasticamente, e ela sabe que precisa se ajudar muito para seguir em frente", considerou a irmã Sabrina.

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