domingo, 26 de outubro de 2014

Eleições deste domingo prometem ser bastante acirradas e futuro do país ainda está indefinido

As duas últimas pesquisas da sucessão presidencial, divulgadas cerca de 12 horas antes do início da votação, deram um tom de imprevisibilidade à disputa eleitoral. Apesar da vantagem numérica da presidente Dilma Rousseff (PT) sobre o candidato tucano Aécio Neves, mantida nos levantamentos finalizados ontem pelo Datafolha e o Ibope, os resultados deixaram no ar mais dúvidas do que certezas.

Ao contrário dos percentuais que apontaram, na quinta-feira, a dianteira de Dilma fora da margem de erro de dois pontos, os índices do Datafolha colocaram ambos de volta ao patamar de empate técnico, com ligeira oscilação positiva para Aécio. Em votos válidos, o tucano saiu de 47% para 48%, enquanto Dilma foi de 53% para 52%. Em informe ao jornal Folha de S.Paulo, o Datafolha deixou claro que a maior parte das 19.318 entrevistas foram feitas na sexta-feira e que, por isso, não foi possível captar eventuais mudanças de opinião no sábado. O que inclui movimentos que podem ter surgido depois do debate da noite de anteontem na TV Globo.

Ainda de acordo com o Datafolha, Dilma tem 47%, contra 43% de Aécio. Nulos e brancos somam 5%, percentual idêntico aos que dizem não saber em quem votar. A pesquisa do Ibope, embora mantenha a vantagem de Dilma fora da margem de erro, também aponta uma leve reversão na curva detectada em levantamento anterior, no qual Aécio aparecia em tendência de queda. Na sondagem de ontem, segundo o Ibope, Dilma passou de 54% para 53%, enquanto Aécio oscilou de 46% para 47%. Com isso, a diferença entre ambos, que era de oito pontos percentuais, caiu para seis. Considerando os votos totais, Dilma manteve 49% das intenções, enquanto Aécio oscilou de 41% para 43%. Brancos e nulos foram 7% para 5% e indecisos se mantiveram nos mesmos 3% de antes.

Na avaliação do Ibope sobre o desempenho por regiões, as modificações também elevam o grau de imprevisibilidade na disputa. Aécio teve recuperação no Sudeste, no Sul e no Norte/Centro-Oeste. No Sudeste, Aécio subiu de 47% para 50%, enquanto Dilma manteve os 39% de antes. No Sul, Aécio oscilou de 45% para 47%, enquanto foi de 46% para 43%. No Norte/Centro-Oeste, Aécio subiu de 45% para 48%. Já Dilma oscilou de 47% para 45%. No Nordeste, houve pouca alteração, segundo o Ibope. Dilma manteve 68%, ao passo que Aécio oscilou de 26% para 27%.

Nos recortes feitos pelo Datafolha, mais incertezas. Em relação à classe social, Aécio pulou de 64% para 70% entre os que têm maior poder aquisitivo, faixa em que Dilma caiu de 36% para 30%. Entre os mais pobres, o tucano oscilou de 33% para 35%; Dilma de 67% para 65%. Nas três faixas da classe média (alta, intermediária e baixa), os números são os mesmos, com Aécio melhor na primeira e Dilma, nas outras duas.

Após a divulgação dos números, as análises feitas por especialistas à imprensa apontavam para a mesma direção: as pesquisas indicam uma possível tendência de alta de Aécio nos dois últimos dias antes da votação. Parte das avaliações atribuía a movimentação ao debate, parte às novas denúncias sobre a Petrobras, ou ainda à mistura dos dois fatos. Ainda assim, não há quem arrisque dizer qual dos dois vai levar hoje.

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