quinta-feira, 24 de novembro de 2016

Criança e mulher são achadas abraçadas em incêndio que deixou 9 mortos em farmácia

A menina de 9 anos que morreu no incêndio de uma farmácia em Camaçari, na Região Metropolitana de Salvador, na quarta-feira (24), foi encontrada abraçada a uma mulher que também não resistiu ao acidente. O major Lanusse Araújo, comandante do 10º Grupamento de Bombeiros (Camaçari), acredita que a mulher tentou proteger a menina, que, por isso, não sofreu queimaduras no rosto. 

A garota estava na farmácia Pague Menos, no início da tarde de ontem, acompanhada da mãe. Na hora que o incêndio começou, ela estava na parte dos fundos da farmácia, enquanto a mãe já estava mais à frente, no caixa, pagando a conta. A mãe foi socorrida com vida, com queimaduras e traumas, e está internada em um hospital de Camaçari. 

Até o momento, só uma testemunha foi ouvida pela delegada Thaís Siqueira, da 18ª Delegacia (Camaçari). Funcionária da Pague Menos, ela afirmou em depoimento que o local estava em obras há quase 30 dias. Ela afirmou também que a loja estava com um problema de vazamento por conta das chuvas recentes, quando chegou a inundar, conforme um representante da Pague Menos já havia afirmado hoje. A testemunha contou que cerca de cinco operários estavam no mezanino no momento do acidente, além de outros funcionários. 

Ela mesma estava no mezanino pouco antes do acidente, mas desceu para ocupar o caixa e pouco depois aconteceu a explosão. Três colegas dela que estavam no andar superior não foram mais vistas e ela acredita que estão entre os mortos. 

Em coletiva na tarde desta quinta, o major Lanusse afirmou que as causas do acidente ainda serão apuradas. O que se sabe até o momento é que havia uma atmosfera explosiva, causada pelo vazamento de algum gás que não sabem qual foi, e uma faísca, também não se sabe de que, gerou a explosão. 

O Departamento de Polícia Técnica (DPT) ainda trabalha na identificação das vítimas. A primeira a ser oficialmente identificada é Cristiana do Nascimento de Souza, 39. Ela foi a última a ser retirada sem vida dos escombros. Com o crachá no pescoço e sem queimaduras no rosto, foi reconhecida por familiares. "Até às 21h de ontem a gente estava correndo pelos hospitais. Graças a Deus que ela não foi queimada, o rosto está intacto", disse o irmão, o encanador Carlos Alberto de Souza, 34. Segundo ele, Cristiana estaria de folga hoje e amanhã justamente por conta da obra na farmácia. O enterro da funcionária deve ser amanhã, às 11h, no Jardim da Eternidade, em Camaçari. 

Sete corpos estão bastante carbonizados e familiares que tiverem ficha odontológica devem levar até o local para facilitar a identificação. Caso contrário, será tentada identificação via impressão digital, um processo que pode demorar semanas no caso dos corpos carbonizados, ou por DNA, que pode demorar meses.

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