sábado, 29 de abril de 2017

Adolescentes mortos por segurança no Lobato são sepultados sob protesto

Parentes e conhecidos de David Barreto, 16, e Cleidson Santos, 15, se despediram na tarde deste sábado (29) dos dois adolescentes mortos pelo segurança Júlio César de Jesus Perpétuo. O crime aconteceu na estação de trem de Santa Luzia do Lobato, no Subúrbio Ferroviário, na última quinta-feira (27).

Os dois sepultamentos aconteceram no cemitério de Plataforma e reuniram centenas de familiares e amigos dos jovens. Após o enterro, o grupo foi para as ruas protestar: “Queremos justiça”, gritavam. Os familiares planejam, ainda, na manhã da próxima terça-feira (2), um protesto na estação onde David e Cleidson foram mortos.

Após sair do cemitério, os parentes dos jovens fecharam a rua e protestaram com cartazes com fotos do segurança e palavras como “assassino” e “prisão perpétua”. Juntos, exigiram que a justiça seja feita e que Júlio César não saia impune. “Vamos fazer isso direito pelos nossos meninos” disse Jocaliton Santos, irmão de Cleidson. 

“Meu irmão ia tirar a habilitação, ele estava todo feliz e aquele miserável tirou a vida dele. Mas eu o perdoo, peço que ele aceite Jesus” chorou a irmã mais velha de David ao enterrar o corpo do adolescente, que não se identificou.
Ao velar os jovens, a comoção e revolta tomou conta do cemitério. “Eles eram meninos bons, não brigavam com ninguém” contou o tio de Cleidson, Edson Santos. “Como vou viver?” gritou aos prantos Cleidiane, mãe de Cleidson.

Os dois adolescentes e três outros jovens foram baleados pelo segurança quando voltavam para a casa depois da escola. Um outro rapaz, de 17, atingido na região da coluna, está internado no Hospital do Subúrbio e passará por uma cirurgia para extração da bala. A namorada dele, uma jovem de 15 anos, foi atingida de raspão na mão direita e já teve alta da unidade médica.

Júlio César de Jesus Perpétuo, segurança que trabalha na estação de trem localizada no bairro de Santa Luzia do Lobato, continua foragido e é procurado por equipes do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP). 

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