sábado, 6 de maio de 2017

Familiares de pintor morto em assalto a ônibus pedem por justiça

Durante o enterro do pintor Djalma Ferreira, 42, assassinado com um tiro durante um assalto a ônibus, todo canto, um misto de tristeza e revolta. “A pessoa sai para trabalhar e não sabe se vai voltar”, dizia uma amiga da família. O filho mais velho de Djalma, o ajudante de cozinha Danilo Ferrreira, 24 anos, culpava a falta de educação e de emprego para os cidadãos pela tragédia que vitimou o seu pai. “Acredito mais na Justiça divina porque foi o governo o assassino", falou durante o enterro do pai, no final da manhã deste sábado (6). 

A todo momento, parentes se debruçavam sobre o caixão e choravam copiosamente. Seu filho do meio, Vinícius, de 14 anos, não parava de olhar pro rosto do pai pelo vidro do caixão.  A mãe de Djalma, Marlene da Paixão Ferreira, 74 anos, bastante debilitada, chorava sem parar. Deus já tinha levado um dos seus sete filhos e agora levava o segundo. E logo aquele de quem ela criou dois netos, e que estava sempre por perto.

“Eu só peço justiça para que outros pais não passem pela mesma dor que eu estou passando, de ver meu filho no caixão. Espero uma punição dos homens e de Deus”, disse.  Uma das irmãs do pintor, de prenome Dilma, chegou a desmaiar de emoção e teve que ser carregada por familiares.  

Com os familiares só ficou a lembrança do homem religioso, que morreu chamando por Deus. “Meu tio era um cara muito querido, de Deus, abençoado”, conta a sobrinha Daiane Ferreira, 30. “Meu pai era um cara guerreiro, que estava indo trabalhar em busca do sustento da família. Ele morreu na batalha, assim como outros homens morrem todos os dias”, falou o filho mais velho, Danilo. Além o rapaz, Djalma, que não era casado, deixou dois filhos menores de idade, Vinícius, 14 anos, e Franciele, 5 anos. 

O crime
O pintor já tinha sido assaltado pelo menos duas vezes enquanto se dirigia pelo trabalho na Estrada do Côco. “Ele mudou da Topic pro ônibus e não adiantou”, contou a sobrinha da vítima, Daiane Ferreira.

"É uma violência muito grande. Ele já estava muito aflito, com medo. Todo dia era um assalto no mesmo lugar. Eram os mesmos caras. Meu tio falou para minha avó que ia deixar o emprego no fim do mês porque estava com medo”, revelou Daiane. Na última sexta-feira (5), nenhum pertence de Djalma foi levado. Ele foi morto com um tiro nas costas, durante um assalto a ônibus na localidade de Vila Verde, na Avenida Paralela. 

Investigação
Segundo informações da Secretaria de Segurança Pública da Bahia, os dois dos três homens que participaram do assalto que acabou vitimando Djalma já foram identificados. Equipes do Grupo Especial de Repressão a Roubos em Coletivos (Gerrc) estão em diligência para capturar os bandidos.  

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