quinta-feira, 15 de junho de 2017

'Só fiz dar voz. Foi um passageiro que baleou dois inocentes', diz suspeito de roubar ônibus na Pituba

Quando Anderson Nunes Ponciano, 22 anos, entrou no ônibus da linha Praça da Sé-Aeroporto, por volta das 7h30 desta quinta-feira (15), não havia nada que indicasse que algo estava errado. Vestindo camisa polo e calça de alfaiataria, ele subiu no coletivo na altura do Bompreço do Rio Vermelho, na Rua Marquês de Monte Santo, pagou pela passagem e sentou junto aos outros passageiros – cerca de 30, segundo testemunhas. 

Só que, pouco depois, já na Orla da Pituba, nas proximidades da delicatessen Perini, Anderson anunciou o assalto, segundo a polícia. Ele é suspeito de ter cometido a ação, que resultou em três baleados – inclusive o próprio Anderson, ferido de raspão em um dos braços. O motorista do coletivo, que não teve a identidade divulgada, também foi ferido de raspão na cabeça.  

Já o passageiro ferido é Gilberto Silva de Queirós, 56. Ele foi baleado na região da mandíbula e encaminhado ao Hospital Geral do Estado (HGE). De acordo com a assessoria da Secretaria da Segurança Pública do Estado (SSP-BA), o quadro de saúde de Gilberto é estável, mas ele continuava em observação até o final da manhã. 

“Não suspeitei dele em momento nenhum”, contou, ao CORREIO, o cobrador do ônibus, sem se identificar, referindo-se a Anderson. De acordo com o cobrador e outras testemunhas, o suspeito estava armado. Ele também não se interessou por dinheiro: só queria saber dos celulares. Obrigou que os outros passageiros depositassem seus aparelhos em uma mochila que carregava. 

“Aí, um passageiro reagiu. Acho que deu três tiros. Mas eu não vi quem foi, porque me abaixei”, admitiu o cobrador, que é rodoviário há 26 anos e já acumula tantas experiências de assalto a ônibus que não sabe mais dizer quantas vezes foi vítima. 
Um passageiro que estava na frente do ônibus foi um dos que tiveram que entregar o celular. Ele conta que o passageiro que foi baleado caiu ao seu lado. No entanto, também diz que não viu quem teria sido o passageiro que reagiu à situação. “Quando você ouve o primeiro tiro, quem vai ficar olhando? E quando você vê o motorista baleado, você só consegue pensar no pai de família ali. Na hora, você nem tem medo, porque a adrenalina sobe. Agora que abaixou.” 

Anderson ainda foi perseguido por alguns passageiros, mas acabou preso pela Polícia Militar quando tentava fugir. Uma guarnição da 13ª Companhia Independente (CIPM/Pituba) passava pela região naquele momento. 

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