domingo, 9 de julho de 2017

Demissão dos três jogadores filmados em masturbação coletiva expõe a homofobia no futebol

Não é novidade para ninguém que o ambiente do futebol é homofóbico. Quem vai ao estádio costuma ouvir palavras como ‘bicha’ e ‘veado’ sendo usadas como xingamentos. Casos como o do jogador Richarlyson, atualmente no Guarani, também caracterizam a intolerância com homossexuais no esporte.

O acontecimento mais recente que levantou a discussão foi a dos três jogadores do Sport Clube Gaúcho, time da terceira divisão do Rio Grande do Sul, demitidos após um vídeo de um deles masturbando os outros ser divulgado.

Ao E+, Gilmar Rosso, presidente do clube, garante que a demissão foi por indisciplina, pois é proibido divulgar imagens relacionadas ao clube sem autorização da diretoria. Como o caso ocorreu no vestiário, o vídeo não poderia ter sido veiculado. Se eles estivessem com mulheres, as medidas teriam sido as mesmas e, caso as imagens não fossem divulgadas, nada teria ocorrido. “Você não pode usar esse nome, desgastar”, afirma Rosso. Após o caso, a página do clube no Facebook foi desativada.

Em entrvista ao Uol Esportes, o presidente do Sport Clube Gaúcho também se mostrou incomodado com a possível rejeição da torcida e suas reações com os atletas assim que eles entrassem em campo. Então, o problema está nos torcedores ou no ato dos jogadores?

De acordo com Giovanna Lucchesi, psicóloga especialista em sexualidade do Instituto Paulista de Sexualidade, a sexualidade dos jogadores é relevante para quem torce pois eles se tornam “referências de comportamento masculino hegemônico”, e os torcedores procuram neles a validação e o modelo a seguir.

Bruno Host, criador do time de futebol Unicorns, formado por homens homossexuais, acredita que, provavelmente, se os jogadores estivesse com mulheres, o caso seria um fofoca, mas não estragaria a carreira deles.

O futebol é um ambiente machista, assim como toda a sociedade. “Contudo, no futebol a homofobia é mais permissiva e naturalizada, sendo a violência uma comunicação presente e incentivada nesse cenário”, diz Giovanna.

Nenhum comentário: