domingo, 14 de setembro de 2014

Companha da Vogue é criticada por apresentar crianças em fotos sensuais

Um ensaio fotográfico com meninas com idade por volta dos 10 anos, realizado pela revista Vogue, na edição de primavera está sendo questionado por internautas, jornalistas, pediatras e ativistas, pelo estilo de fotos em que as crianças aparecem. De acordo com matéria publicada pelo site “Bolsa de Mulher”, a avaliação dos críticos - a exemplo da jornalista, Carol Patrocínio, do Yahoo Mulher - as poses foram sensualizadas nas fotos publicadas na editorial de moda “Sombra e Água Fresca”.
As garotas estão inseridas em paisagens naturais e vestem biquínis, calcinhas e insinuam tirar a camiseta. Em uma das fotos, uma delas tem o corpo quase todo a mostra. Não é a primeira vez que a marca está envolvida com polêmicas do gênero.
No final de 2010, na publicação francesa, a revista também protagonizou o debate sobre a adultização da infância. Garotas de 7 e 8 anos estamparam a edição utilizando muita maquiagem, salto alto e roupas de mulheres adultas em posições sensuais. Como resposta ao debate, o governo francês conseguiu aprovar uma lei que proíbe concursos de beleza com meninas menores de 16 anos.
Mesmo no Brasil, a edição Kids da marca já publicou outras fotos em que crianças são retratadas como adultas e sensuais, como foi o caso da edição de verão 2014, com uma criança vestida com um maiô de oncinha e em uma pose sensual, com o bumbum para cima e fora da piscina.
 
A matéria do ‘Bolsa de Mulher’ relata que a Vogue não é a única que teve que lidar com problemas deste tipo. Em 2008, a marca de roupa infantil Lilica Ripilica teve uma de suas propagandas vetada pelos órgãos reguladores. Uma garota de 8 anos comendo um bolinho com a boca suja foi colocada ao lado da frase “use e se lambuze”.
Para os críticos do ensaio, o problema está na sensualização das crianças. Pediatras, ativistas a favor da regulamentação da propaganda infantil, blogueiras e mães que se posicionaram contra o ensaio afirmaram que o problema não é ter uma criança modelo, mas sim colocá-la como um adulto em poses sensuais, insinuantes e provocantes que beiram ao erótico.
                                                                                                                       
Ainda segundo ‘Bolsa de Mulher’, o pediatra Daniel Becker, em sua publicação na página Pediatria Integral do Facebook declarou que o hábito de colocar crianças em situações típicas de adultos traz ainda outros prejuízos para o individuo. Ele diz que as consequências da erotização precoce são graves e profundas. Altera as atitudes e crenças de crianças, fixa padrões estéticos, favorece a anorexia que é uma doença grave e às vezes fatal, leva a alterações cognitivas, reduz a auto-estima.
 
Ainda segundo o especialista, as meninas se auto-objetificam. Estudos associam depressão e outros transtornos a esse ‘moderno’ fenômeno social. Além disso, a injeção destes valores desde muito cedo vai ter consequências mais amplas, na sexualidade dos meninos também, estreitando sua visão sobre a mulher e deformando seus padrões estéticos, favorecendo a opressão da mulher e promovendo violência sexual.
 
Outros ainda explicam que o maior problema é que este tipo de publicação estimula adultos a erotizarem crianças e isto configura pedofilia.

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