família de um jovem morto em Salvador, na última sexta-feira (14), acusa a polícia de ter assassinado o rapaz durante uma abordagem violenta. Levi Monteiro Reis tinha 22 anos e era ex-recruta da Marinha. Segundo informações de familiares, ele estava participando de uma comemoração com amigos em uma laje em Cajazeiras 11 e um grupo estava fumando maconha quando, segundo testemunhas, policiais civis chegaram no lugar atirando.
Uma bala atingiu o coração do rapaz, que chegou a ser socorrido ao hospital Eládio Lasserre, mas já chegou sem vida à unidade de saúde. A família informou que testemunhas viram o rapaz ser colocado na viatura da Polícia Civil, mas o corpo de Levi foi levado para o hospital Eládio Lasserre por policiais militares e apresentado como ignorado, apesar da família garantir que o rapaz estava com documentos de identificação.
Os familiares da vítima ainda denunciam que um amigo do jovem foi obrigado por policiais a mentir em depoimento afirmando que ele portava arma e drogas, que teriam sido colocadas no local pelos próprios policiais. A família informou que irá procurar a Corregedoria da Polícia Civil e o Ministério Público para que o crime seja investigado. Levi era noivo e pretendia se casar ainda este ano.
Versão da polícia
A reportagem entrou em contato com Tadeu Braga, que é delegado titular da região de Cajazeiras, para saber qual a versão da polícia para a morte de Levi.
O delegado contou que na noite da morte do rapaz um policial entrou em sua sala bastante nervoso informando que o chefe do Serviço de Investigação da delegacia estava cercado em Cajazeiras 11. O delegado reuniu a equipe em duas viaturas e pediu apoio de mais dois grupos da Polícia Militar para ir ao local. Ainda no caminho, Tadeu contou que ouviu pelo rádio que os policiais pretendiam pedir o apoio do Grupamento Aéreo da Polícia Militar, pois um forte tiroteio estaria acontecendo na região.
Braga disse que quando chegou no local encontrou Levi já baleado e outro rapaz preso. Levi foi socorrido e o rapaz levado para a delegacia. O delegado contou que os policiais encontraram um saco com maconha no lugar em que Levi estava. Já na delegacia, o preso prestou depoimento e disse à polícia, ainda segundo o delegado, que tinha ido encontrar Levi para comprar maconha e que viu quando a vítima trocou tiros com policiais. A testemunha foi liberada por ter sido enquadrada como usuária de drogas.
De acordo com Braga, Levi não tinha passagens pela polícia e os agentes envolvidos na situação já foram ouvidos e seus depoimentos serão anexados ao inquérito que será encaminhado à Justiça.
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