Deputados e senadores de bancadas religiosas do 
Congresso deflagraram hoje uma  série de ações para tentar impedir a 
aprovação da proposta que descriminaliza o  aborto. O grupo, que integra
 a Frente em Defesa da Família, vai pressionar a  subcomissão do Senado 
que discute mudanças no Código Penal para impedir qualquer  mudança na 
legislação que permita a interrupção da gravidez. 
Os religiosos  querem a convocação do presidente do 
CFM (Conselho Federal de Medicina), Roberto  D'Ávila, que manifestou 
posição do órgão favorável ao aborto até o terceiro mês  da gestação. A 
posição do conselho é inédita e respalda o anteprojeto da reforma  do 
Código Penal entregue ao Senado no ano passado -que agora tramita na  
subcomissão. 
O anteprojeto, preparado por uma comissão de 
advogados e  especialistas, propôs a ampliação das situações previstas 
para o aborto legal.  Inclui casos de fetos com anomalias incompatíveis 
com a vida e o aborto até a  12ª semana da gestação por vontade da 
mulher --neste caso, desde que médico ou  psicólogo constate falta de 
“condições psicológicas”. 
Presidente da Frente em  Defesa da Família, o 
senador Magno Malta (PR-ES) disse que o presidente da CFM  tem que 
“expor para o Brasil” as razões que levaram o conselho a se posicionar a
  favor do aborto. 
“Queremos que ele venha à comissão para um debate, 
colocando as  razões porque chegou a essa decisão que não tem 
concordância de parte  significativa dos médicos. E com quem se reuniu 
para tomar essa decisão. A lei  não se faz da exceção para a regra, mas 
da regra para exceção”, disse o senador. 
  Malta afirmou que os deputados e senadores da 
frente são “terminantemente contra  o aborto, a favor da vida”. “Aos 
três meses, você vai tirar um feto aos pedaços  para jogar no lixo. Não 
podemos subscrever nem aplaudir uma decisão como essa”.  Além da 
convocação do presidente do conselho, os deputados e senadores organizam
  uma marcha em “defesa da vida” que será realizada até maio, em frente 
ao  Congresso.
Os congressistas ainda vão realizar um seminário 
contra o aborto no  dia 15 de maio, instituído pela ONU (Organização das
 Nações Unidas) como o “Dia  da Família”. “É um assassinato que existe 
em massa no Brasil. O Código Penal tem  que dar conta disso. Temos que 
criminalizar quem comete crime consciente. Essa  proposta é infame 
porque está chamando para legalizar o crime”, disse o senador.  

ليست هناك تعليقات:
إرسال تعليق