Amigos e familiares se despediram do soldado Antônio Lopes da Silva 
Júnior, 32 anos, na manhã deste sábado (30). O sepultamento ocorreu no 
cemitério Bosque da Paz, em Nova Brasília. Colegas da operação Gêmeos, 
grupo criado para combater roubos em coletivos, também participaram da 
cerimônia. Uma bandeira do Bahia, time de coração do policial, foi 
colocado em cima do caixão. 
O soldado saiu de casa no Uruguai na
 tarde de quinta-feira para buscar o filho de 6 anos para passar a 
Páscoa juntos, mas não conseguiu chegar ao destino. Na noite do mesmo 
dia, o Vectra preto que o policial dirigia foi localizado em Vida Nova, 
em Lauro de Freitas, Região Metropolitana, atrás de uma fábrica de 
brinquedos, com marcas de tiro e vestígios de sangue.
Policiais 
militares ainda fizeram rondas na região, mas a aflição da família, que 
durou cerca de 18 horas, terminou de forma ainda mais trágica. Na manhã 
de sexta-feira (29), o soldado foi encontrado morto por um pedreiro na 
localidade de Bela Vista de Jauá, em Camaçari.
Segundo a perícia feita pelo Departamento de Polícia Técnica, o PM, que 
era lotado na Operação Gêmeos e tinha 10 anos de corporação, foi 
obrigado a ficar de joelhos e executado com três tiros na cabeça e dois 
nas costas. “Foi um crime de execução. Ele foi colocado de joelhos, fora
 do veículo. Encontramos pelo menos nove perfurações. Sem dúvida o crime
 foi cometido aqui (na localidade de Jauá) e dificilmente foi executado 
por uma pessoa só”, disse o perito do DPT Marcos Mousinho.
Ainda 
segundo o perito, Antônio tinha ferimentos nos braços que podem ter sido
 causados no momento da abordagem ou ainda dentro do veículo. Enquanto a
 perícia era realizada, cerca de 40 policiais, entre fardados e à 
paisana, se movimentavam pelo local, cujo acesso não foi permitido à 
imprensa.
A delegada Marta Karine do Departamento de Homicídios e
 Proteção à Pessoa (DHPP) chegou a pedir que os colegas de profissão 
evitassem passar pelo local para não “perder evidências”.
Ainda 
de acordo com a perícia, o soldado foi morto na tarde de quinta-feira e o
 corpo apresentava sinais nos pulsos que indicavam que ele pode ter sido
 amarrado. No local onde o corpo foi abandonado, uma estrada de barro 
com poucas casas próximas, foram encontradas 11 cápsulas de calibre 380 e
 fragmentos do retrovisor do veículo. No entanto, a arma do policial, 
cujo calibre não foi divulgado, não foi localizada.
                                              Foto: Rafael Martins/CORREIO 
Investigação
A
 polícia trabalha com duas hipóteses de motivação para o crime. “Estamos
 investigando se foi retaliação a alguma prisão, o que é pouco provável,
 ou se cometeram um crime e identificaram que ele era policial”, 
adiantou o diretor do DHPP, o delegado Jorge Figueiredo, sem especificar
 que tipo de crime poderia ter sido cometido pelos bandidos.
No 
entanto, ainda não há suspeitos. “Ele saiu no intuito de buscar o filho,
 mas não chegou e não ligava para a família. O carro foi encontrado com 
documentos espalhados no interior. Chegaram a pensar em assalto, mas não
 levaram o veículo. Estamos com equipes nas ruas, mas ainda não temos 
pistas”, emendou o delegado. Informações do Correio. 


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