A divulgação do caso envolvendo a médica Virgínia Soares
 de Souza e o Hospital Evangélico de Curitiba despertou a atenção de 
familiares de pacientes que passaram pela UTI Geral da instituição e que
 faleceram. Muitos estão procurando a polícia para contar suas 
histórias. O estudante de Direito Hélder Bispo dos Santos deve ir hoje 
ao Núcleo de Repressões aos Crimes contra a Saúde (Nucrisa), no centro 
de Curtiba, para relatar o que aconteceu com ele na UTI geral do 
Hospital Evangélico.
Em 2004, Santos teve um quadro de meningite e, quando 
chegou no hospital, a equipe médica não queria interná-lo. "Falaram que 
ele já estava morto. Mas eu insisti para que eles internassem, 
colocassem na UTI. Fui voluntária do hospital por oito anos", relata 
Juraci da Maia, mãe do estudante. 
O filho dela ficou seis dias em coma induzido na UTI e a
 médica Virgínia Soares de Souza tinha dito que os equipamentos que 
estavam o mantendo vivo seriam desligados. "A médica convenceu a minha 
mãe de que eu já não tinha mais chances e que outras pessoas dependiam 
da vaga na UTI. Minha mãe saiu para ver o caixão e, quando retornou para
 uma última oração antes de desligarem os aparelhos, eu reagi e mexi a 
mão. 
Foi aquela correria, segundo o que a minha mãe conta. Falaram que 
eu tinha morte cerebral, mas quem tem não mexe nada", revela Hélder.
Ele afirma que ficou sabendo dos casos pela imprensa e 
que até então não tinha pensado em denunciar. "A gente acredita nos 
médicos. Até então a gente não tinha pensado em denunciar. Sou uma prova
 viva do que aconteceu porque pouca gente sobreviveu. Vou ao Nucrisa 
neste sábado para repassar a minha história e tentar ajudar de alguma 
forma", comentou.
Em meio às prisões de médicos hoje, relacionadas com o 
mesmo caso, Claudinei Silva de Conto foi até a sede do Nucrisa para 
contar o que aconteceu com a sua família. De acordo com ele, a sua 
mulher Edna Alves Luciano estava em uma gravidez de risco do segundo 
filho do casal e fez o parto no Hospital Evangélico. Apesar do risco e 
da cesária, tudo estava correndo bem.
"Ela passou uma semana lá e estava boa. Mas depois 
passou a reclamar que não conseguia respirar. Foi quando foi falado em 
uma cirurgia e eu questionei o que era. Os médicos disseram que era uma 
cirurgia para limpeza. Achei muito estranho. A minha esposa foi para a 
UTI, onde ficou um dia. Eu fui embora porque não me deixavam entrar. Mas
 o médico disse que ela estava reagindo. Depois, só me disseram que o 
coração dela tinha parado", conta.
Edna entrou no Evangélico no dia 18 de agosto de 2012 e 
faleceu no dia 24 do mesmo mês. "Quando surgiram estas notícias, eu 
pensei que o caso da minha esposa pudesse estar relacionado. Eu fiz uma 
denúncia no Ministério Público de tudo o que aconteceu", garante.
Dois médicos e uma médica foram presos hoje com o 
cumprimento de mandados de prisão pela Nucrisa. Eles estariam 
relacionados com o caso da médica Virgínia Soares de Souza , presa na 
última terça-feira suspeita de provocar morte de pacientes na UTI geral 
do Hospital Evangélico.
O advogado Elias Mattar Assad, que defende a médica 
Virgínia reiterou que não existem provas contra a sua cliente. O 
Hospital Evangélico trocou toda a equipe da UTI geral, remanejando 47 
funcionários e também está com uma sindicância interna para apurar as 
denúncias.

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