O Ministério Público da Bahia (MP-BA) realizou coletiva de imprensa na tarde desta terça-feira (04) para detalhar a Operação Leopoldo, que investiga dois desembargadores aposentados e três advogados baianos, que estão envolvidos em um esquema criminoso de cobrança de propina em causa sob julgamento no Tribunal de Justiça da Bahia (TJ-BA). De acordo com o promotor de Justiça e coordenador do Combate às Organizações Criminosas e Investigações Criminais do Ministério Público estadual (Gaeco), Luciano Taques, os investigados foram conduzidos coercitivamente e suas residências foram alvo de busca e apreensão.
De acordo com o promotor, as autoridades judiciais, quando na ativa, teriam cobrado vantagem ilícita para que fosse proferida decisão favorável em causa cujo valor pode chegar ao montante de R$ 1 bilhão que tramita no TJ-BA. Os advogados teriam agido para intermediar a cobrança da propina e garantir o seu pagamento através de contratos de honorários fictícios. Eles cobravam 5% de propina sobre o valor de um processo envolvendo o espólio de Leopoldo Batista de Souza, cujos herdeiros fizeram a denúncia que deu origem à operação. A causa contra o Bradesco valia entre R$ 500 milhões e R$ 1 bilhão, segundo informou o MP-BA. Durante coletiva os nomes não foram revelados, mas fontes do Bocão News dão conta de que os desembargadores em questão são Clésio Carrilho e Dayse Lago. Os advogados envolvidos são Edilson Vieira dos Santos, Doris Lago Ribeiro Cortizo e Marcos Carrillo Rosa, filho de Clésio.
O coordenador do Gaeco afirmou ao Bocão News que pediu à justiça a prisão temporária de seis envolvidos e expedição de mandado de busca e apreensão nas respectivas residências e escritórios, mas houve uma limitação: “a Justiça excluiu um indivíduo da investigação e não autorizou a prisão dos outros. Só autorizou a condução coercitiva e a busca e apreensão nas residências, deixando de fora os escritórios”.
O promotor Luciano Taques afirmou ao Bocão News que toda ação do MP-BA foi autorizada pela Justiça. Questionado sobre os próximos passos, ele explicou: “agora vamos analisar o material apreendido, que foi muito. Após a análise, que é feita pelo DPT e deve durar uns dois meses, caso seja comprovada a denúncia eles devem ser processados e responder criminalmente por corrupção passiva ou concussão, a depender da conclusão do inquérito”.
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