terça-feira, 2 de outubro de 2018

Exame médico aponta que agressor de Bolsonaro sofre de transtorno grave; defesa solicitou nova avaliação de Adélio Bispo

A defesa de Adélio Bispo de Oliveira protocolou no início da tarde desta segunda-feira (1º) na 3ª Vara Federal de Juiz de Fora (MG) o resultado do exame particular para solicitar um novo pedido de avaliação de sanidade mental.

O parecer psiquiátrico pedido pelos advogados apontou que o agressor do candidato à presidência, Jair Bolsonaro (PSL), sofre de transtorno delirante grave. Adélio Bispo está preso por esfaquear Bolsonaro durante ato de campanha na cidade no dia 6 de setembro.

De acordo com o advogado Marco Alfredo Mejia, a solicitação é de que o pedido negado anteriormente seja reavaliado, tendo em vista que no documento protocolado há um laudo médico.

"Nós entregamos o resultado do laudo que foi feito para requerer novamente junto à Justiça o exame da sanidade do réu. Vamos fazer uma retomada, agora fundamentados com um parecer técnico e demais documentos, que vai ter uma estrutura com mais embasamento do que o que estava antes", explicou.
Em nota enviada pela assessoria ao G1, a 3ª Vara Federal de Juiz de Fora informou que o processo de insanidade mental passou a tramitar em segredo de justiça. Portanto, que não poderia fornecer informação sobre o assunto e que caberia à defesa decidir se daria informações para a imprensa.

Segundo advogado criminalista autor da petição, o processo segue em sigilo e a defesa não vai passar resultado à imprensa. Os advogado esperam análise ainda esta semana e querem que seja feito um laudo nomeado pela Justiça Federal.

Ao todo, 17 advogados atuam na defesa de Adélio. Eles são de Minas Gerais, Pará, Distrito Federal e Rio Grande do Sul.
Perícia médica
A perícia médica foi realizada em 21 de setembro no Presídio Federal, em Campo Grande, para onde Adélio Bispo de Oliveira foi transferido em 8 de setembro.

"A avaliação psiquiatra forense é um ato médico e, em sendo um ato médico, é privativo do médico e do periciando, já que não é uma atividade clínica, de consulta. Nós, através de uma entrevista médica psiquiátrica direcionada, avaliamos todo o histórico de vida do indivíduo e também fazermos um exame psicopatológico, ou seja, a verificação se ele apresenta ou não algum adoecimento mental", afirmou o psiquiatra forense, Heldy Logo, responsável pelo laudo em entrevista antes do procedimento.

Em caso de positivo para adoecimento mental, será verificado o quanto repercute e o quanto o fato leva a uma alteração ou não do juízo da realidade, ainda de acordo com o profissional.

Insanidade mental
Após negar o primeiro pedido apresentado pela defesa, o juiz federal Bruno Souza Savino, da 3ª Vara Federal da Subseção Judiciária de Juiz de Fora, aceitou a segunda solicitação para realização de novo exame no preso com médico psiquiatra particular. Conforme a decisão, “neste momento procedimental, o atendimento do investigado por médico psiquiatra visa a produzir laudo técnico para subsidiar a decisão deste juízo acerca da instauração ou não de incidente de insanidade”.

Investigação
Na última sexta-feira (28), a Polícia Federal concluiu a investigação do ataque e indiciou Adélio Bispo de Oliveira por prática de atentado pessoal por inconformismo político, crime previsto na Lei de Segurança Nacional.

O inquérito afirma que ele agiu sozinho no momento do ataque e que a motivação “foi indubitavelmente política”. “No que tange à participação ou coautoria no local do evento, a partir de evidência colhidas, descarta-se o envolvimento de terceiros”, diz o inquérito.

Imagens exclusivas da TV Integração mostraram Adélio Bispo tentando atacar o candidato poucos metros antes de onde conseguiu cometer o crime, na Rua Halfeld, no Centro de Juiz de Fora

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