quinta-feira, 10 de novembro de 2016

Enquanto exibem craques em campo, Brasil e Argentina 'escondem' dirigentes

Ao mesmo tempo em que exibem craques do quilate de Messi e Neymar, Brasil e Argentina tratam de esconder os dirigentes que mandam em duas das mais badaladas seleções do mundo. Brasil e Argentina se enfrentam nesta noite no Mineirão pelas Eliminatórias da Copa.

O presidente da CBF, Marco Polo Del Nero, até viajou a Belo Horizonte para o jogo desta noite, mas vai seguir sua rotina de ficar num hotel diferente, não aparecer em público e não dar entrevistas. A AFA, Associação de Futebol da Argentina, nem presidente tem: quem manda no futebol argentino hoje é um "Comitê de Regularização", imposto pela Fifa. 

Na rodada seguinte das Eliminatórias, Del Nero não acompanhará a seleção brasileira - verá o jogo pela televisão. Indiciado pelo FBI, a polícia federal americana, o cartola não viaja para fora do Brasil desde maio de 2015, quando seu antecessor e braço direito José Maria Marin foi preso em Zurique.

Del Nero é acusado exatamente dos mesmos crimes pelos quais José Maria Marin será julgado em novembro de 2017: lavagem de dinheiro, fraude e recebimento de propina em contratos da CBF, da Fifa e da Conmebol. Os dois afirmam ser inocentes.

A situação da AFA é ainda mais confusa. Luis Segura, o último mandatário, renunciou acossado por denúncias de corrupção. A queda de Segura também precipitou a saída do técnico Tata Martino. O Comitê imposto pela Fifa, presidido por Armando Perez, tentou chamar Diego Simeone e Jorge Sampaoli, mas fechou mesmo com Edgardo Bauza.

Perez não viajou a Belo Horizonte para acompanhar sua seleção - ficou na Argentina discutindo a reforma do estatuto da AFA. O homem que toma conta da seleção argentina no Brasil é Jorge Miadosqui, uma espécie de diretor de seleções. Questionado pelo GloboEsporte.com se seria a maior autoridade da AFA no Brasil, ele brincou:

- A maior, não. Sou a única.

Miadosqui diz que, apesar da crise, a seleção argentina "tem tudo o que precisa" e que tal situação não interfere no desempenho do time em campo. A Argentina está em sexto lugar nas Eliminatórias, fora da zona de classificação para a Copa.

- Tenho certeza que vamos nos classificar - disse.

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