Após a morte de um homem de 31 anos na Vila Vitório, na Fazenda Grande III, região de Cajazeiras, em Salvador, um grupo de moradores se reuniu na tarde deste sábado (20) para protestar contra incursões da Polícia Militar na localidade. Segundo a reclamação, guarnições da Rondesp têm agido de forma abusiva na comunidade, caracterizada por vielas e barracos.
Em uma dessas incursões, ocorrida na noite de sexta-feira (19), Marcos Paulo dos Santos teria sido morto pelos policiais, conforme dito pelos moradores ao Bocão News. "A gente quer segurança, e que eles façam o trabalho deles, mas com consciência", disse um morador que preferiu não se identificar. Segundo ele, Marcos Paulo trabalhava como carregador de móveis e foi morto injustamente. "Era trabalhador e não tinha passagem", garantiu.
Conforme o morador, a manifestação organizada para a tarde de sábado foi frustrada pela própria PM. "Já vieram na agressão, dando tiro para o alto", continuou, descrevendo o modus operandi que dispersou o ato. "Eles dizem que a metade da população aqui é traficante, e não é assim. Aqui tem muita família de bem", afirmou outra moradora. A mobilização na tarde de sábado reuniu mulheres, jovens, idosos e crianças (foto acima).
De acordo com um familiar, o corpo de Marcos Paulo seria enterrado na tarde deste domingo (21), na Quinta dos Lázaros, na Baixa de Quintas.
Os moradores informaram que a incursão que resultou na morte da vítima ocorreu por volta das 19h de sexta-feira. O registro da Secretaria de Segurança Pública (SSP-BA) confirma o homicídio às 7h23 de sábado.
COMBATER, REPRIMIR E EXTINGUIR
Em nota, a Polícia Militar disse que o relato da morte de Marcos Paulo não é procedente. Segundo a Corporação, o corpo "foi encontrado, vitimado por disparo de arma de fogo, na Vila Vitório e não houve confronto com guarnições da PMBA nesta localidade como relatado pelo informante. O relato sobre a ocorrência aponta a motivação do crime como vinculada ao envolvimento com o tráfico de drogas".
Já sobre a denúncia de ações abusivas da PM na localidade, a PM-BA reafirma que "continuará atuando na região com a finalidade de combater, reprimir e, se possível, extinguir a atividade ilícita fundamentada no tráfico de entorpecentes, tanto nessa região como em qualquer outro local onde o crime tente se instalar no estado da Bahia".
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