Por volta das 5h30 desta sexta-feira (28) um grupo tentou fechar a pista de saída do aeroporto Internacional de Salvador na estrada do Coco sentido Linha Verde, mas foi impedido pela Polícia Militar. Na situação, segundo manifestantes, duas pessoas foram feridas por balas de borracha disparadas pelos militares. "Estamos de forma pacífica tentando lutar por um direito que é de todos, inclusive dos policiais. Estava de costas quando fui baleado", diz Rosalvindo Queiroz, 63 anos, ex-diretor do sindicato dos químicos que está ferido nas costas.
Em nota enviada ao CORREIO, a PM negou que tenha havido disparos de bala de borracha. “Equipes da Companhia Independente de Policiamento Tático (CIPT)/Rondesp RMS negociaram para que pessoas não perdessem o voo, mas como os manifestantes não respeitaram os argumentos e resistiram em liberar, a PM desobstruiu a via. Não houve disparo de elastômero (bala de borracha)”, afirmou a PM.
Já a servidora municipal de Lauro de Freitas, Lindinalva Maciel, 42, ficou ferida nas nádegas. Segundo relatou ao CORREIO, a protestante tinha acabado de chegar ao local quando foi atingida por uma bala de borracha nas nádegas. "Um absurdo, eles me balearam de costar, uma covardia sem tamanho. Estou aqui para protestar pelos meus direitos, pois não aceito nenhum direito a menos. Tudo o que temos até hoje é resultado de muita luta, portanto, continuo aqui", contou ela, que chegou a ir à UPA tomar medicamente, antes de retornar ao protesto.
Após nova negociação, os manifestantes concordaram em fazer bloqueios intercalados no local. Desde então, e até o final do dia, os manifestantes se comprometeram a fazer o bloqueio intercalado. Além de grupos de sindicalistas o protesto reúne também religiosas. As feiras Maria Madalena, 40, Isabel, 39, saíram da Paróquia Nossa Senhora Aparecida e Santa Catarina de Sena, localizada em Itinga, para protestar. "Nós como povo de Deus, devemos estar nas ruas porque a proposta da previdência vai afetar toda a população, não devemos nos calar diante das injustiças", irmã Maria Madalena.
Espera
Depois de sair de um plantão de 24 horas, a enfermeira Adriana Santos esperou por cerca de 2 horas em um ponto de ônibus no bairro do Portão, em Lauro de Freitas, para chegar em Pernambués. Com não tem ônibus ela espera pegar uma topic até o bairro de São Cristóvão. “ De lá tenho que pegar um outro transporte clandestino para chegar em casa”.
Os mototaxistas que trabalham no início da Estrada do Coco esperaram um fluxo maior de passageiros, mas se decepcionaram. "Se o trabalhador não sai de casa, o movimento enfraquece. Estamos aqui de braços cruzados faz um bom tempo", disse o mototaxista Paulo Ramos, 43. Ele está desde às 6h no ponto. Em dias normais ele costuma fazer 7 viagens. Hoje, durante esse período, ele só conseguiu dois passageiros.
Nenhum comentário:
Postar um comentário