Podia ser uma vitória tranquila? Difícil. Mas se derrota para o Atlético-PR não chega a comprometer a classificação rubro-negra - se vencer a Católica no Maracanã, pode garantir até a classificação antecipada -, provoca reflexão da eficiência do setor ofensivo numa competição que não perdoa vacilos. Foram 18 tentativas a gol - o maior índice do time nos quatro jogos da Libertadores -, com cinco de Guerrero, e um roteiro semelhante ao de Santiago, onde o Fla foi derrotado para a Católica.
No Chile, o Flamengo finalizou 13 vezes - cinco a menos que em Curitiba. Guerrero tentou cinco vezes - igualzinho contra a Católica. Em Curitiba, se é verdade que Guerrero se desdobrou para criar jogadas, foi até a ponta em alguns momentos e critou chances para os companheiros, também é real que não fez o que tem feito com regularidade nos últimos tempos: faltou o gol.
- Não dá para dizer se tem uma explicação. A gente tem que exaltar as chances criadas que temos. Mesmo com a pressão inicial deles, tivemos chances claras de gol. Temos que caprichar um pouco mais, ter um pouco mais de concentração na hora da finalização para poder nos dar essa vantagem. Mas com certeza vamos aprimorar para as próximas partidas - analisou Willian Arão, após o jogo.
Sem Diego, em recuperação de cirurgia, e Everton, vetado por dores no tornozelo, o Flamengo dependeu demais da inspiração do peruano. E os coadjuvantes não foram nada bem. Gabriel perdeu chance livre na área no fim da partida e protagonizou, ainda, lance emblemático. Quando Guerrero deu de calcanhar para o ponta, o atacante abriu os braços e esperou a bola de volta. O jogador demorou a devolver e passou nas pernas do marcador. Trauco também foi mal. Foi quem mais errou passes - sete vezes.
O melhor coadjuvante de Guerrero foi William Arão. Mais solto até as mudanças de Zé Ricardo no meio do segundo tempo, Arão aproveitou o "cinturão" formado por Márcio Araújo, Romulo, Gabriel e Trauco, que marcavam bastante, para participar mais da armação - como na ajeitada que deu para o lateral Pará no início do segundo tempo. Como Diego no Chile, Arão finalizou três vezes.
Abafa com Damião
Em desvantagem no placar, Zé Ricardo mexeu bastante na equipe no segundo tempo. Em nenhum momento da partida o Flamengo ficou retraído em seu campo. Ao contrário, controlava o meio de campo e chegava com paciência próxima da área do Atlético-PR. Matheus Sávio substituiu Renê - Trauco voltou para a lateral esquerda -, Mancuello entrou na vaga de Márcio Araújo e Leandro Damião no lugar de Romulo.
O Flamengo terminou jogando em cima do Atlético-PR, o que, obviamente, deixava a defesa menos protegida no contra-ataque. Foi dessa maneira que saiu o segundo gol do Furacão. O Atlético finalizou 10 vezes na partida. Além dos dois gols, foram três chutes com a direção correta. A derrota doída em Curitiba serve de mais uma lição para o Flamengo nesta Libertadores.
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