Principal chamariz de votos da chapa que ganhou as últimas eleições do Vitória, no final do ano passado, o diretor de futebol Sinval Vieira começa a balançar no cargo. A pressão começou na torcida, que pediu a sua saída na derrota para o Coritiba na Fonte Nova, no sábado, e ganhou coro na sabatina realizada por conselheiros na noite da última segunda-feira (29).
O presidente Ivã de Almeida também não escapou das cobranças. Em meio às críticas direcionadas a Sinval, bancou o seu diretor de futebol. Como produto da sabatina, um grupo de conselheiros começou a circular na noite desta terça-feira (30) uma petição para o impeachment de Ivã.
Até a noite desta terça, a petição tinha 18 assinaturas. Segundo o artigo 36, inciso IV do estatuto do clube, é preciso o apoio de 2/3 dos conselheiros – na gestão atual, seriam 134 assinaturas.
Petkovic também foi alvo da sabatina, mas o diretor foi quem ‘sangrou’ de fato. Alguns conselheiros, segundo apurou CORREIO, criticaram duramente a gestão e os métodos de Sinval. Diante da pressão, o diretor chegou a colocar seu cargo à disposição.
O presidente Ivã de Almeida, então, intercedeu imediatamente. Elogiou o trabalho de Sinval no futebol e bancou sua permanência. Vice-presidente, Agenor Gordilho prometeu renunciar ao cargo caso o diretor deixasse o futebol.
Petkovic valorizado
O técnico Petkovic, por outro lado, saiu com moral da sabatina, até mesmo ‘blindado’ pelos conselheiros. Num dos poucos trechos da transmissão ao vivo do Conselho Deliberativo que não teve seu áudio cortado, foi possível ouvir o ex-presidente do clube, Raimundo Viana, elogiando a explanação do treinador sobre o seu método de trabalho.
“Hoje vim para cá com um ‘zumzumzum’ de crise. Mas vi nosso ídolo descorrer sobre seus planos de trabalho, suas ideias. Fiquei muito satisfeito. Quero fazer um apelo: Pet, que Deus lhe proteja para você levantar a moral do nosso time. Você foi jogador e sabe que não há nada pior do que um grupo desmotivado, que olha para o chão quando você faz preleção. Consiga isto e vamos ganhar do Fluminense”, disse.
A impressão dos conselheiros com quem CORREIO conversou foi de que o sérvio mostrou domínio de ferramentas e processos modernos para observar jogadores e comandar o time. Uma contraposição, supostamente, ao estilo de Sinval. O diretor de futebol, inclusive, deixou a reunião antes do seu final, enquanto o técnico recebeu cumprimentos da maioria na saída.
O CORREIO buscou durante toda esta terça-feira entrar em contato com Sinval, que estava com o celular desligado. A informação foi de que ele passou a tarde reunido com Ivã de Almeida e Paulo Catharino, presidente do Conselho. Pet, por sua vez, vestiu o uniforme de treino e comandou o time.
Por ora, Sinval e Pet continuam nos seus cargos com respaldo da direção. A pressão pode aumentar: o Vitória enfrenta o Fluminense, no sábado, e o São Paulo, na quinta-feira, ambos fora de casa.
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