Dois homens ligados à facção Bonde do Maluco (BDM) foram presos, nesta quarta-feira (26), suspeitos de envolvimento na morte do motorista de ônibus Osvaldo Mathias da Conceição Filho, 55 anos. Ele foi executado a tiros no dia 13 deste mês, no bairro de Campinas de Pirajá, em Salvador. Adailton da Silva Souza, o Keno, 28, e Heric Lenne Batista de Matos Mendes, 21, são apontados pela Polícia Civil como autores dos disparos que tiraram a vida do rodoviário.
Com um dos suspeitos, a polícia apreendeu uma pistola 380, com numeração raspada, que pode ter sido utilizada no crime - a arma foi encaminhada à perícia do Departamento de Polícia Técnica (DPT). Já estava preso, desde a amanhã do dia 13, Wellington da Silva, 26, vulgo Porquinho, que teria participado do crime como olheiro, alertando à facção BDM sobre uma suposta proximidade entre Osvaldo e policiais. Foi por meio da prisão de Porquinho - que teria sido criado junto com a vítima, segundo a Polícia Civil - que os investigadores chegaram até Adailton.
Conforme o delegado da 4ª Delegacia (São Caetano) responsável pela investigação, Roberto Passarinho, Adailton, Heric, e um terceiro homem, em duas motos, seguiram e acompanharam o rodoviário até a porta de casa. "Em depoimento, ele [Keno] assumiu tudo e revelou que Porquinho teria contado ao chefe da facção, o Leozinho, que a vítima estava dando informações sobre o tráfico para a polícia, o que teria motivado o assassinato", relatou o delegado, durante a apresentação dos dois presos, na manhã desta quinta-feira (27).
"O primeiro disparo foi efetuado por Adailton, o segundo tiro quem deu foi Heric. Os outros dois disparos foram efetuados pelo quarto envolvido", disse o delegado, acrescentando que o nome do quarto suspeito não seria divulgado para não atrapalhar a polícia. À imprensa, porém, ambos negaram participação no crime. Ao CORREIO, Keno disse que sequer conhecia o rodoviário. "Peixe e Estevão que mataram ele, eu não tenho nada a ver com isso. Assumi para a polícia porque fiquei com medo", afirmou, fazendo referência a outros dois traficantes do bando.
De acordo com o delegado, Adailton assegurou, em depoimento, a participação de Heric que, por sua vez, disse que não entende o porquê de ter sido acusado por Keno. "Eu só estava passando pelo local quando a polícia chegou, não corri porque não devo nada. Me prenderam e eu tô aqui. Sou apenas usuário de drogas", disse Heric ao CORREIO. Ambos afirmaram à reportagem que são funcionários de um lava-jato.
Embora as investigações mostrem que Osvaldo foi morto porque, supostamente, informava à polícia sobre a configuração do tráfico na região, Roberto Passarinho não cofirmou se, de fato, a vítima tinha ligação com alguém da polícia. "Em geral, traficantes agem assim. Como uma maneira de intimidar a população, e mostrar o que são capazes de fazer quando eles desconfiam que alguém que mora no local está fazendo denúncias. Eles são cruéis como uma maneira de oprimir e intimidar", esclarece o delegado.
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