quinta-feira, 28 de maio de 2015

Reconstituição de crime com 12 mortos no Cabula dura 9 horas

A reconstituição da operação policial que resultou nas mortes de 12 pessoas, no dia 6 de fevereiro, na Vila Moisés, bairro do Cabula, teve início por volta das 19h30 desta quarta-feira, 27, e durou cerca de 9 horas, sendo finalizada às 4h desta quinta, 28.
Conforme o delegado José Bezerra, diretor do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), o objetivo da reconstituição foi "recriar todos os cenários e reproduzir o que de fato ocorreu. Extrair o máximo de verdade". O delegado informou que solicitou à Justiça mais 30 dias para concluir o inquérito do caso, mas espera terminar antes do fim desse novo prazo.

Participaram todos os envolvidos naquela ação, como os nove policiais militares da Rondesp que atuaram na operação, testemunhas, quatro sobreviventes, e também figurantes, totalizando cerca de 150 pessoas.

Na parte inicial da reconstituição, a simulação começou com duas viaturas da Rondesp Central sendo colocadas na Rua Waldeck Cirne. Depois, os policiais seguiram pela Rua Fernando Pedreira até a Rua Valter Diniz, onde pararam na esquina, para verificar se havia suspeitos no local. Depois, eles foram até a Travessa Florestal, que já fica dentro da Vila Moisés e perto do cenário das mortes.

PMs da Rondesp se recusaram a continuar a reconstituição caso a imprensa registrasse imagens. Nesse instante, um ônibus da PM foi colocado na frente dos jornalistas.

Sobreviventes não viram quem atirou

Os quatro sobreviventes e os PMs participaram encapuzados da reconstituição, por medida de segurança. Um dos sobreviventes, Elenilson Conceição, estava ainda com o braço enfaixado e puxando uma das pernas.

Conforme o advogado Cleber Andrade, defensor dos sobreviventes, os clientes informaram que não sabem de onde partiram os tiros, se foram disparados pelos policiais ou não. Segundo Cleber, um sobrevivente havia ido ao local comprar maconha, outro ia na casa da namorada, outro andava pela rua e o quarto ia para casa.

Todos disseram que foram ao campo onde aconteceram as mortes porque todo mundo correu para lá após ouvir os tiros.

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