segunda-feira, 2 de julho de 2012

Partidos buscam militantes e eleição deverá ser a 'mais gay'


Cerca de 150 homossexuais assumidos devem disputar as eleições em 2012, sendo 149 candidatos a vereador e apenas um candidato a prefeito. Considerando o tamanho do Brasil, o número não impressiona tanto, mas segundo a Associação Brasileira de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais (ABGLT), se todos os interessados tiverem suas candidaturas aceitas pela Justiça Eleitoral, essa pode ser a disputa mais "colorida" da história, com o maior número de candidatos gays já registrados.

De acordo com dados da associação, caso os números se confirmem, o crescimento em relação à eleição municipal passada será de pelo menos 34% - em 2008, 112 candidatos gays disputaram um cargo público nas urnas. Entretanto, a expectativa é de que o total de candidaturas seja ainda maior, já que muitos dos postulantes podem não ter comunicado a intenção de se candidatar.

"É um sinal de que a sociedade está mudando, está aceitando mais a diversidade. As pessoas estão se assumindo mais, as novelas estão nos retratando mais, temos mais representantes (no Legislativo), então é natural que haja esse crescimento, que vemos com bons olhos", avalia Toni Reis, presidente da ABGLT. De acordo com Toni, na eleição de 2008, foram eleitos oito vereadores homossexuais, mas o Brasil ainda não elegeu seu primeiro prefeito gay.

Oficialmente, é difícil mensurar o tamanho dessa representação, já que a Justiça Eleitoral não questiona, ao registrar uma candidatura, qual a orientação sexual da pessoa - nem há previsão para que isso seja feito. Porém, além do "boom" de candidaturas "saídas do armário", militantes apontam um outro motivo para também atrair esse crescimento: o poder de puxar votos entre eleitores da comunidade LGBT.

Foi o que aconteceu com a dançarina Léo Kret do Brasil (PR), 28 anos, a primeira transexual a ser eleita para a Câmara de Vereadores de Salvador (BA). Ela ganhou fama ao finalizar sua inserção no horário eleitoral na TV com um sonoro gritinho "aaai!". Embora admita ter sido convidada pelo partido a se candidatar por ser "puxadora de votos", ela afirma ter conseguido mudar a opinião daqueles que a escolheram como forma de "protesto".

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