Manifestantes que participavam de um ato contra a corrupção e
policiais militares entraram em confronto no início da noite deste
sábado, na avenida Paulista, em São Paulo. De acordo com a corporação,
os participantes tentaram bloquear a via e foram contidos com bombas de
efeito moral e balas de borracha. Até as 19h15, não havia registro de
detidos.
Cerca de 2 mil pessoas - a maioria jovem - foram às da capital
paulista, a exemplo do que aconteceu em outras cidades do País, para uma
marcha contra a corrupção. Em tom bem-humorado e com alguns insultos a
personalidades da política brasileira, eles pararam o trânsito da
avenida Paulista, sentido avenida da Consolação, o que provocou a reação
da PM. Um grande congestionamento foi registrado no local, em pleno
feriado de Tiradentes.
Nas faixas e cartazes, políticos brasileiros foram expostos nem sempre
de maneira carinhosa. Nem mesmo o presidente do Senado, José Sarney
(PMDB-AP), que está internado no Hospital Sírio-Libanês para tratar de
problemas no coração, foi poupado. Em coro, foi mandado para um lugar
não muito recomendável.
Nas faixas, a corrupção foi o tema central. "Ou para a roubalheira ou
paramos o Brasil", "Chega de pagar luxo para político corrupto" e "Pela
redução no número de senadores, deputados e vereadores: metade já é
demais da conta" foram alguma das frases ditas durante a passeata.
Alguns dos manifestantes também tentaram chamar a atenção da população,
que na maioria das vezes é vista como passiva no processo político
brasileiro. "Povo trouxa, acorda" e "No Brasil, o palhaço é você",
também davam o recado, entre faixas e cartazes.
Em uma performance sobre o asfalto da avenida Paulista, um grupo formou
as palavras "SOS STF", cobrando mais agilidade no julgamento do processo
do mensalão, que se arrasta há mais de seis anos no Supremo Tribunal
Federal. "Um dos nossos objetivos aqui é cobrar agilidade no julgamento
do mensalão no STF. Mas não é só isso. Queremos que a corrupção seja
transformada em crime hediondo, além do fim do foro privilegiado",
afirmou Rose Losacco, do movimento Por uma Nova Política.

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