Juntos e com um objetivo em comum, clubes e CBF estiveram nesta quarta-feira (8) na Câmara dos Deputados, em Brasília (DF), para tratar do futebol de base. Representantes de mais de 20 equipes, além do coordenador das categorias de base da CBF, Erasmo Damiani, participaram de audiência pública na Comissão do Esporte.
O foco da explanação foi a legislação referente ao futebol no que diz respeito a formação de jogadores. Um dos pontos principais foi o início da relação time/jogador. Atualmente, no Brasil, os jogadores só podem fazer parte de um clube a partir dos 14 anos por força da Lei Pelé. Para a FIFA, a idade mínima para uma equipe ser considerada "clube formador" na carreira do atleta é 12 anos.
- Pelo lado da Seleção Brasileira, posso dizer que isso atrapalha tanto nas convocações da Sub-15, porque os clubes não se sentem seguros para liberar um jogador ainda sem contrato, quanto lá na frente, quando chegam jogadores que perderam tempo na sua formação lá no início. Isso reflete no futuro - disse Damiani durante sua fala, voltada para o que atinge diretamente a CBF.
João Paulo Sampaio, coordenador das categorias de base do Palmeiras e presidente do Movimento Futebol de Base - grupo formado pelos coordenadores de cada clube -, falou na sequencia. Ele lembrou sua história, de uma infância humilde até a formação acadêmica, passando por vários países através do futebol, para ressaltar também a questão social que o esporte pode desempenhar.
- Quero agradecer e parabenizar o Damiani por essa oportunidade. Na verdade, nosso grupo começou em 2012, ainda quando o Ney Franco era o coordenador da CBF, e justamente proposto pela entidade. De lá para cá já melhorou muita coisa, como o pacto entre os clubes para não roubar jogador, as competições nacionais, mas ainda temos muito a evoluir. Esse encontro é fundamental para isso.
Outro ponto importante foi levantado pelo diretor de Assuntos Internacionais da CBF, Vicente Cândido, responsável pelo convite aos coordenadores para esta audiência pública, ideia que surgiu durante o evento Somos Futebol. Ele lembrou a importância da Educação Física nas escolas e do contato inicial das crianças com o esporte.
Após as falas dos representantes da mesa oficial, formada pelo Erasmo Damiani, pelo João Paulo Sampaio, e também pelo presidente da sessão, Fábio Mitidieri, e dos deputados Andrés Sanchez e Rogério Marinho, o debate foi aberto para a participação dos demais coordenadores presentes.
O recado passado por clubes e CBF foi unânime: a lesgislação precisa se adequar, pelo menos, à idade mínima da FIFA de 12 anos. A função social das equipes, com assistência médica, educação, acompanhamento psicológico a centenas de jovens teria um universo ainda maior e mais proveitoso para a sociedade, além do ganho técnico para o futebol.
De modo o prático, o clubes ficaram com a responsabilidade de criar um Grupo de Trabalho para retornar à Câmara com o intuito de debater a Lei Geral do Futebol.
Veja a lista de clubes presentes:
Sérgio Lopes - Criciúma
Ronaldo Lima - Santos
Paulo Farenzena - Grêmio
Marcelo Vilhena - Atlético Paranaense
Marcelo Teixeira - Fluminense
Diogo Fernandes - Avaí
Claudinei Muza - Corinthians
Carlos Noval - Flamengo
Carlos Anunciação - Vitória
André Mazzuco - Red Bull
André Figueiredo - Atlético Mineiro
Ademar Coelho - Sport Recife
Lucas Pedroso - Coritiba
Weberson Oliveira - Bahia
Nilson Gonçalves - Vasco da Gama
Evandro Guimarães - América Mineiro
Ricardo Abreu - Ponte Preta
Rodolfo Canavesi - São Paulo
Eduardo Freeland - Botafogo
Jorge Andrade - Internacional
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