terça-feira, 30 de março de 2010

FGV: fusões no varejo podem elevar preços de produtos



Com o anúncio de mais uma união entre grandes empresas do setor varejista brasileiro, entre Ricardo Eletro e Insinuante nesta segunda-feira, a tendência é que os preços dos produtos subam por causa da concorrência menor e da redução da margem para negociação, segundo o professor da Fundação Getulio Vargas Maurício Morgado.

"O preço pode subir com o tempo, já que a procura é alta e há pouca concorrência", afirmou Morgado em nota. A união entre Ricardo Eletro e Insinuante forma o segundo maior grupo do varejo brasileiro, com faturamento de cerca de R$ 4 bilhões em 2009 e 528 lojas pelo País.

O setor vem acumulando fusões e aquisições nos últimos anos que reduziram a quantidade de empresas independentes. Apenas em 2009, o grupo Pão de Açúcar comprou a rede Ponto Frio e fechou um acordo para comprar o controle das Casas Bahia, que formou o maior grupo varejista do País, com pouco mais de 1 mil lojas e venda bruta estimada de R$ 40 bilhões.

Juntos Ricardo Eletro e Insinuante deixam para trás o Magazine Luiza, que ocupava a segunda posição no mercado, com faturamento de R$ 3,8 bilhões em 2009 e 455 lojas. De acordo com o professor da FGV, o grupo comandado por Luiza Helena Trajano deve agir para retomar a posição perdida.

"O varejo no País passa a ser mais concentrado; para os fabricantes a negociação será mais acirrada, já que haverá um número menor de redes para negociação. E o Magazine Luiza, que perdeu posição, talvez procure também se unir a outro player, como a Colombo ou Pernambucanas", afirmou.

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