O ministro das Relações Exteriores do Paraguai, José Felix Fernandes Estigarribia, disse nesta segunda-feira, que o Paraguai não reconhece a suspensão aplicada pelo Mercosul. "Não aceitamos a suspensão em razão do protocolo de Ushuaia 1, que diz que não é possível aplicar nenhum tipo de sanção, sem que sejamos consultados antes", justificou, logo após a cerimônia de posse de 10 novos ministros do atual governo.
O Mercosul decidiu ontem suspender a participação do Paraguai da próxima cúpula do bloco, que será realizada na próxima sexta-feira na Argentina e na qual serão discutidas que medidas tomar em relação ao país após o impeachment de Fernando Lugo.
Em comunicado conjunto, Argentina, Brasil e Uruguai anunciaram sua decisão de "suspender o Paraguai, de forma imediata e por este ato, do direito a participar da 43ª Reunião do Conselho de Mercado Comum e Cúpula de Presidentes do Mercosul".
"É curioso que países que não questionaram a rapidez (do processo que destituiu Fernando Lugo da presidência), agora estejam nos questionando, sem nos dar o direito de defesa", afirmou o chanceler, completando que "continuarão os esforços" diplomáticos do atual governo.
O ministro ironizou a postura de Fernando Lugo que formou um gabinete paralelo de fiscalização, além de ainda se considerar o presidente do Paraguai. "Isso é uma piada, Lugo é o ex-presidente, não tem função administrativa e se ele falar com presidente pode sofrer as sanções da lei paraguaia".
Sobre as declarações do assessor especial para Assuntos Internacionais da Presidência da República, Marco Aurélio Garcia, de que o Brasil não vai interferir em assuntos internos paraguaios, o chanceler disse que tem uma boa relação com o Brasil, uma vez que já conhece Garcia e o ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota.
"Temos uma boa relação com o Brasil e vamos seguir trabalhando nesse sentido", disse ao citar como "pontos de contato", a usina de Itaipu e os brasileiros que possuem terras no Paraguai, conhecidos como brasiguaios. Portal Terra.
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