O deputado Jair Bolsonaro (PP-RJ) respondeu nesta terça-feira (9) a um discurso da deputada Maria do Rosário (PT-RS) contra a ditadura militar e afirmou que ele só não a estupra poque ela "não merece". Ele já havia dito essa mesma frase à deputada em 2003, em uma discussão no corredor da Câmara.
Maria do Rosário chamou a ditadura militar do Brasil de "vergonha absoluta" em seu discurso. Bolsonaro, que é militar da reserva, subiu à tribuna logo em seguida. Quando ele foi falar, Maria do Rosário deixou o plenário.
"Fica aí, Maria do Rosário, fica. Há poucos dias, tu me chamou de estuprador, no Salão Verde, e eu falei que não ia estuprar você porque você não merece. Fica aqui pra ouvir", afirmou Bolsonaro.
A ex-ministra criticou as manifestações de rua que pedem a volta dos militares. Para ela, os manifestantes "deveriam ter consciência do escárnio que promovem indo às ruas pedir a ditadura, pedir o autoritarismo e o impeachment. Ora, figuras de linguagem desvalidas porque colocadas no pior lixo da história".
Maria do Rosário também elogiou a Comissão Nacional da Verdade, que divulga na quarta, Dia Internacional dos Direitos Humanos, seu relatório final. Bolsonaro afirmou que a data é na verdade o "Dia Internacional da Vagabundagem". "Os direitos humanos no Brasil só defendem bandidos, estupradores, marginais, sequestradores e até corruptos", diz. E continuou: "A Maria do Rosário saiu daqui agora correndo. Por que não falou da sua chefe, Dilma Rousseff, cujo primeiro marido sequestrou um avião e foi para Cuba, participou da execução do major alemão? O segundo marido confessou publicamente que expropriava bancos, roubava bancos, pegava armas em quarteis e assaltava caminhões de carga na Baixada Fluminense. Por que não fala isso?", questionou.
Ele ainda chamou a colega de "mentirosa" e "covarde". "Vá catar coquinho. Mentirosa, deslavada e covarde. Eu ouvi ela falando aqui as asneiras dela e fiquei aqui. Fale do teu governo, o governo mais corrupto da história do Brasil".
O deputado Amauri Teixeira (PT-BA), que presidia a sessão, afirmou que vai solicitar as notas taquigráficas e áudio para entrar com representação contra Bolsonaro no Conselho de Ética por quebra de decoro e parlamentar.
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