
No ano de 1988, Bin Laden fundou a Al-Qaeda e continuou a receber contribuições financeiras, como as procedentes da Daw’ha, uma rede integrada por instituições de caridade bancada por empresas da Arábia Saudita e do Golfo Pérsico. A meta da Daw’ha era difundir a doutrina wahabita, ou seja, uma interpretação conservadora do islamismo. E a Daw’ha subvencionava, também, organizações armadas que lutavam para criar regimes voltados para introduzir a sharia à luz do wahabismo sunita.
Bin Laden e Zawahiri estão em distintos esconderijos, com pouco dinheiro e sob proteção tribal. Ambos deixaram as vestes de combatentes e viraram comentaristas de política internacional. Os áudios e vídeos são veiculados em redes televisivas e sites de perfil filoal-qaedista. A Al-Qaeda Central, hoje, difunde o ciberterror, com custo baixo: transformou-se numa al-qaeda.com. Como se sabe, a Al-Qaeda apenas deu apoio virtual aos ataques em Madri (março de 2004) e Londres (julho de 2005).
No momento, a Al-Qaeda encontra-se em fase pré-falimentar. O seu ministro das Finanças, Mustafá Abu Al-Yazid, acaba de fazer um apelo patético aos que chamou de “irmãos turcos”: pediu uma coleta para ser mantida a jihad. Com a crise financeira internacional, o controle mais rígido de circulação de capitais pelas redes bancárias, a redução das extorsões mediante sequestro realizadas no Afeganistão e no Iraque e o ataque da semana passada pela Otan-Isaf à região que detém mais de 50% dos campos de papoula afegãos, a Al-Qaeda busca sair do vermelho.
Os membros e aliados da Al-Qaeda dedicam-se, hoje, à clonagem de cartões de crédito para esvaziar terminais de saque. Vendem produtos piratas e promovem contrabando de ouro e das maravilhosas pedras lápis-lazúli do Afeganistão.
Enquanto isso tudo ocorre, o comentarista Bin Laden, por áudio, fez uma análise geopolítica. Ele afirmou que Saddam Hussein temia um ataque do Irã e não dos EUA. E blefou ao recusar as inspeções da ONU, pois queria que todos, em especial o Irã, acreditassem que o Iraque possuía armas de destruição em massa. Para os 007 da inteligência ocidental, Osama bin Laden não aparece mais em vídeo, para não mostrar o semblante de enfermo.
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