terça-feira, 18 de janeiro de 2011

Após a divulgação de informações sobre fim de semana violento, SSP restringiu acesso da imprensa


Liberdade de informação. É o direito que os cidadãos têm de serem informados de tudo que se relaciona com a vida do estado. De acordo com a Constituição Federal de 1988, o direito de informação faz parte da essência da democracia. Há seis dias, jornalistas que trabalham na Bahia travam uma árdua luta para garantir o direito de receber informações sobre as ações de segurança pública e os registros de ocorrência.

A promessa era de que, no site da Secretaria de Segurança Pública do estado, os repórteres teriam disponibilizadas todas as informações referentes aos crimes praticados no estado. Mas, lá, só são encontrados registros de carros roubados e de homicídios com nomes de vítimas e bairros onde os crimes ocorreram.

Na tarde de ontem, a assessoria de comunicação da pasta garantiu que a partir das 19h um novo formato estaria online, com todas as informações sendo postadas em tempo real, o que também não aconteceu. Às 20h04, o novo modelo entrou no ar, mas ainda sem as informações prometidas pelo órgão.

Na noite de ontem, em meio à turbulência causada pela restrição do acesso às informações da pasta, o governador Jaques Wagner anunciou a troca do titular da Secretaria de Segurança. Deixa o cargo César Nunes para dar lugar ao delegado da Polícia Federal Maurício Barbosa, ex-superintendente de inteligência da SSP e ex-delegado regional de Combate ao Crime Organizado na Superintendência da PF na Bahia.

Restrições Nas delegacias, ordens expressas de delegados proibindo agentes de fazerem atendimento a repórteres estão até afixadas em cartazes, como na sede da Delegacia de Homicídios, nos Barris. “A Secretaria não determinou mordaça alguma aos delegados. Os casos estão disponíveis para a imprensa”, retrucou a SSP.

A medida restritiva que impede os jornalistas de terem acesso aos dados de ocorrências registradas pelas polícias Civil e Militar se deu após um fim de semana quando foram registradas 30 mortes em 60 horas, número acima da média, como atestou aos jornais funcionários da Centel, o Centro de Telecomunicações das polícias.

“Estamos impedidos de informar as ocorrências. O senhor deve acessar o site da Secretaria”, dizem, agora, os atendentes do órgão. Informações do Correio.

Nenhum comentário: