Edson José de Aquino, de 43 anos, padrinho de Guilherme da Silva Veríssimo, de 15, morto na manhã deste sábado na Rocinha, acusa policiais do Batalhão de Operações Especiais (Bope) pelo crime. Segundo Edson, que é morador da favela, Guilherme estava num bar com amigos, por volta das 11h, esperando para jogar futebol num campo próximo, na parte alta da comunidade, quando foi atingido nas costas. Ele afirmou que, apesar de policiais da tropa de elite da PM terem trocado tiros com traficantes, no local onde o adolescente estava, não houve tiroteio.
— Foi somente um disparo. O tiro veio de longe. Foi de sniper. Com certeza, foram os policiais — afirma Edson.
Segundo parentes de Guilherme, o adolescente foi expulso da escola este ano após se envolver numa briga com um colega de turma. No entanto, a família tentava convencê-lo a voltar a estudar em 2018. Edson diz que Guilherme não tinha envolvimento com o tráfico de drogas. Até quatro horas após o crime, a família ainda não havia conseguido retirar o corpo do adolescente da favela. Parentes amarraram o cadáver na porta de uma geladeira para esperar o rabecão.
A PM, entretanto, afirmou, por nota, que "um suspeito" foi morto durante operação do Bope na favela. A corporação não identificou o suspeito como Guilherme, mas, segundo a Polícia Civil, só houve uma ocorrência de homicídio na Rocinha durante a manhã deste sábado.
Com o "suspeito", a PM alega que arrecadou um fuzil AK-47. Em nota, a corporação afirma que, durante ação do Bope na favela, “houve confronto” e, após vasculhamento, “os policiais encontraram um suspeito ferido, que não resistiu aos ferimentos”. De acordo com a nota, o suspeito “estava usando uma bermuda com a inscrição ‘Amigos do Rogério 157’, preso no início desse mês”.
A operação, segundo a PM, “faz parte de um esforço conjunto das unidades do Comando de Operações Especiais (COE) com objetivo de levar estabilidade” à Rocinha. A ocorrência foi registrada na Delegacia de Homicídios (DH), que fez perícia no local.
Moradores da Rocinha relataram, nas redes sociais, um intenso tiroteio nesta manhã. Segundo os relatos, o clima de pânico, começou por volta das 10h50. “Deus proteja a Rocinha”, “Rocinha não tem mais paz” e “Rocinha em guerra de novo” são alguns dos comentários e postagens sobre a troca de tiros nesta manhã.
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