quarta-feira, 22 de novembro de 2017

Presos saíam para festas, traficavam drogas e até mantinham motel em presídio

Presos saíam para festas, traficavam drogas e até mantinham um motel na Unidade Prisional de Anápolis, a 55 km de Goiânia, segundo investigações do Ministério Público de Goiás (MP-GO). Em busca de combater as regalias e a prática de crimes, o diretor da unidade, um supervisor, um agente e mulheres de detentos foram presos durante uma operação realizada na manhã desta terça-feira (21).

"Havia um verdadeiro escritório seguro do crime, tráfico de drogas, até homicídio a gente conseguiu levantar de um preso que, em tese, teria suicidado. É uma gama de pequenos crimes que se prolongaram por muito tempo e ultrapassaram todos os limites", disse o promotor de Justiça Thiago Galindo, que coordenou a operação.

Em relação ao motel, a promotoria explicou que o local tinha toda uma estrutura para funcionar em um anexo que deveria servir como depósito de materiais. O quarto foi fechado em março deste ano pela Superintendência Executiva de Administração Penitenciária (Seap).

"Segundo o relatório da própria Seap, tinha até um livro com o telefone das mulheres que seriam chamadas. Era como um quarto de motel mesmo, com bombom, frutas", detalhou Galindo.

A segunda fase da Operação Regalia, que foi deflagrada nesta manhã em parceria com as polícias Civil e Militar, cumpriu 11 mandados de prisão, sendo cinco de prisão temporária contra o diretor, o supervisor, um agente e duas mulheres de presos, seis de prisão preventiva em relação aos envolvidos que já estavam presos, 7 conduções coercitivas contra um agente, ex-agentes e pessoas ligadas aos internos.
Saídas para casa e bancos
A investigação apontou que muitos presos não trabalhavam, mas tinham os dias descontados da pena como se tivessem trabalhado a semana toda sem descanso. Eles também negociavam saídas para visitar a família ou festas.

Segundo os promotores, também havia detentos que íam quase todos os dias para agências bancárias. "A saída temporária só pode ser autorizada para visitar velório ou hospital, mas constatamos que era um método corriqueiro. Agentes até digitavam as senhas de presos", detalhou o promotor.

Na sala do diretor os policiais apreenderam um caderno com o registro de pagamentos de vários presos e até cartões deles. Os promotores estimam que o valor negociado ultrapassa R$ 1 milhão.

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