Musa do “Altas horas” há 11 anos, a sexóloga Laura Muller, de 47, desmitifica nesta entrevista a fantasia de que é perfeita na intimidade. Ela ainda admite que é cantada por jovens, que recebe nudes e, pasmem, não acredita que a prática sexual é fundamental para ser feliz.
Você recebe muitas cantadas?
Acontece muito no programa e nas redes sociais. Tenho a compreensão de que por estar na TV falando sobre sexualidade, esclarecendo dúvidas, isso gera uma fantasia. Povoa na imaginação das pessoas que o educador sexual sabe tudo sobre sexo, é uma maravilha na cama. Isso não é verdade. Sexólogos são homens ou mulheres como as outras pessoas, com erros, acertos, limites. A gente trabalha com isso, mas não quer dizer que seja excepcional.
Você não é perfeita na cama?
Não sou uma mulher maravilha na cama. Sou uma mulher como outra qualquer. Não existe perfeição. Isso é mito. O importante é estar em busca de ser o melhor possível, mas falhas acontecem com todo mundo.
Já aconteceu ou seria possível você ter algum relacionamento com um fã?
Não, e nunca cogitei essa possibilidade. O público do “Altas horas” é jovem e eu não sou novinha. Me relaciono com pessoas da minha faixa de idade. Adolescente não dá. Estou no mundo adulto e sou uma adulta já madura. Não tem como sequer pensar em me relacionar com um adolescente. Quando surge uma cantada desse tipo, sempre esclareço que é cada um na sua praia. Adolescentes com adolescentes, adultos com adultos.
Enviam nudes para você?
Pelas redes sociais, chegavam nudes, filminhos... Mas fechei meus inbox. Muitos querem tirar dúvidas do pênis torto, da vagina não sei o quê. Não dá, não sou médica, não posso fazer esse tipo de avaliação.
Os versos de Tom Jobim em “Wave” afirmam que “fundamental é mesmo o amor, é impossível ser feliz sozinho”. Você diria que fazer sexo é fundamental para a felicidade?
Não. Fundamental é fazer o que a gente se sente confortável. Se não for incluir a prática sexual, não tem problema nenhum. Fundamental é se respeitar e ter um caminho de busca para o que te satisfaz.
Isso inclui não procurar uma “cura gay”?
Exatamente. Homossexualidade não é doença, é apenas um jeito de se viver a sexualidade. Bissexualidade também. Não tem nada de feio, errado ou sujo em atender o próprio desejo.
Você está solteira?
Sim, não estou namorando. Mas estou sempre aberta ao amor.
A sua participação no “Altas horas” é um sucesso. Sonha ter um programa seu?
O “Altas horas” já está de bom tamanho. Enquanto eu estiver no programa, não vou pensar nisso.
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