
Uma das sensações do Carnaval em Salvador este ano foi o homem com o bumbum de fora que Daniela Mercury levou para seu trio elétrico, na noite de sexta-feira (17), no circuito Barra-Ondina. Apesar de a cena ter sido ousada, teve uma explicação: a cantora, que incorporou artes cênicas em seu trio e homenageou naquele dia Jorge Amado, protagonizou a cena da obra mais sensual do escritor: Dona Flor e Seus Dois Maridos.
Em entrevista ao Terra, Daniela, que por muitos anos é considerada musa do Carnaval baiano, explicou a encenação: "se ele não estivesse ali (o homem nu), não teria a força de Jorge Amado, não seria Dona Flor". Na obra, a personagem fica viúva do marido garanhão, se casa com outro, mas passa a receber a visita do primeiro - em visões que só ela percebe - nu e com o mesmo fogo de sempre.
"Foi a última cena do teatro que fizemos, e já que falamos de Jorge Amado, teria que ter um homem de verdade, uma dramatização real. Fui fiel à obra. Eu queria o teatro e consegui", afirmou a cantora. Neste mesmo dia, Daniela também inovou ao introduzir ópera com a participação de Edson Cordeiro. "O Carnaval é isso, é essa mistura de estilos que abre portas para outros horizontes. Por isso eu amo essa folia".
Depois de Jorge Amado, na noite de sábado (18), a cantora falou sobre o interior da Bahia levando para o circuito ritmos como o xaxado, o xote e o baião. Na segunda (21), Daniela trouxe para seu trio um pouco da Amazônia. Ela citou Israel Paulain, Sebastião Jr. e André Nascimento e outros nomes importantes do Boi Garantido, de Parintins (AM). Nesta terça (22), último dia de Carnaval, a cantora homenageou o Rio de Janeiro e Joãosinho Trinta, que morreu no ano passado, e que por anos se dedicou ao Carnaval carioca.
Quando parou em frente ao seu camarote, a musa do axé novamente prestou homenagens a Jorge Amado citando a obra Capitães de Areia. "Eu quero encerrar meu Carnaval com a mesma emoção de quando iniciei. Estou muito feliz. Essa festa é maravilhosa", se emocionou.
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