quinta-feira, 6 de dezembro de 2012

Milícia abriu igreja para fazer agiotagem, diz polícia

A milícia Liga da Justiça, que atua na zona oeste do Rio de Janeiro, resolveu apostar, de acordo com a polícia, em duas novas atividades para incrementar seus negócios, que já envolviam atividades ilegais como exploração do transporte alternativo e mensalidade para garantir a segurança de determinadas áreas. Além de vender combustível adulterado, a quadrilha teria aberto uma igreja em Campo Grande, bairro da zona oeste. A filial da Igreja Pentecostal Deus é a Luz era chefiada pelo pastor Dijanio Aires Diniz, apontado pela polícia do Rio de Janeiro como um dos integrantes do grupo miliciano.


A igreja era uma espécie de escritório da milícia. Era lá que ficava a central dos serviços de agiotagem do bando. Os milicianos faziam empréstimos cobrando juros extorsivos, que variavam de 30% a até 60% sobre o valor repassado. As cobranças dos empréstimos também eram feitas lá, usando métodos criminosos, como ameaças de agressão e morte a quem obtinha o dinheiro e não pagava no prazo estabelecido.

"A igreja foi mais uma oportunidade de negócios da quadrilha. Foi fundada para se aproveitar da fé das pessoas, e servia de fachada para a atividade de agiotagem", afirmou o delegado Alexandre Capote, da Delegacia de Repressão ao Crime Organizado (Draco).

O líder da igreja, Dijanio Aires Diniz, está entre os 11 presos durante a operação Pandora 2, que visa sufocar as atividades ilegais da Liga da Justiça. Ao todo, eram 13 mandados de prisão. Foram apreendidos R$ 30 mil em espécie, três armas, cinco carros, um caminhão para adulterar combustíveis, além de documentos e memórias de computadores

Dijanio não tem histórico criminal e tampouco foi policial ou bombeiro, como a maioria dos milicianos. Mas o pastor é apontado como um homem que era temido por outros integrantes da quadrilha. "Ele é bastante agressivo, há relatos de muitas atividades dele coagindo as pessoas, dentro da igreja. Ele passava uma imagem de pregador, de homem de Deus, mas era um elemento perigoso", explicou Capote.

Na página de Dijanio na rede social Facebook, ele se identifica como bispo, e aparece em diversas fotos em cultos na igreja. Em um deles, ele aparece ao lado do deputado federal Rodrigo Maia (DEM-RJ) e da deputada estadual Clarissa Garotinho (PR-RJ). Os políticos disputaram recentemente a prefeitura do Rio, com Rodrigo encabeçando a chapa e Clarissa como vice. A foto foi postada no dia 15 de setembro.

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