A milícia Liga da Justiça, que atua na zona oeste do Rio de Janeiro,
resolveu apostar, de acordo com a polícia, em duas novas atividades para
incrementar seus negócios, que já envolviam atividades ilegais como
exploração do transporte alternativo e mensalidade para garantir a
segurança de determinadas áreas. Além de vender combustível adulterado, a
quadrilha teria aberto uma igreja em Campo Grande, bairro da zona
oeste. A filial da Igreja Pentecostal Deus é a Luz era chefiada pelo
pastor Dijanio Aires Diniz, apontado pela polícia do Rio de Janeiro como
um dos integrantes do grupo miliciano.
A igreja era uma espécie de escritório da milícia. Era lá que ficava a
central dos serviços de agiotagem do bando. Os milicianos faziam
empréstimos cobrando juros extorsivos, que variavam de 30% a até 60%
sobre o valor repassado. As cobranças dos empréstimos também eram feitas
lá, usando métodos criminosos, como ameaças de agressão e morte a quem
obtinha o dinheiro e não pagava no prazo estabelecido.
"A igreja foi mais uma oportunidade de negócios da quadrilha. Foi
fundada para se aproveitar da fé das pessoas, e servia de fachada para a
atividade de agiotagem", afirmou o delegado Alexandre Capote, da
Delegacia de Repressão ao Crime Organizado (Draco).
O líder da igreja, Dijanio Aires Diniz, está entre os 11 presos durante a
operação Pandora 2, que visa sufocar as atividades ilegais da Liga da
Justiça. Ao todo, eram 13 mandados de prisão. Foram apreendidos R$ 30
mil em espécie, três armas, cinco carros, um caminhão para adulterar
combustíveis, além de documentos e memórias de computadores
Dijanio não tem histórico criminal e tampouco foi policial ou
bombeiro, como a maioria dos milicianos. Mas o pastor é apontado como um
homem que era temido por outros integrantes da quadrilha. "Ele é
bastante agressivo, há relatos de muitas atividades dele coagindo as
pessoas, dentro da igreja. Ele passava uma imagem de pregador, de homem
de Deus, mas era um elemento perigoso", explicou Capote.
Na página de Dijanio na rede social Facebook, ele se identifica
como bispo, e aparece em diversas fotos em cultos na igreja. Em um
deles, ele aparece ao lado do deputado federal Rodrigo Maia (DEM-RJ) e
da deputada estadual Clarissa Garotinho (PR-RJ). Os políticos disputaram
recentemente a prefeitura do Rio, com Rodrigo encabeçando a chapa e
Clarissa como vice. A foto foi postada no dia 15 de setembro.
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