O promotor de eventos Hebert Menezes de Amorim Neto, 33 anos , conhecido
como Netinho da Bahia, foi morto a tiros na madrugada de sábado, dentro
de um shopping na cidade de Alagoinhas, a 108 km de Salvador. O rapaz,
que é filho de Nestor Amorim, funcionário da Bahia FM, foi atingido por
disparos do tenente da Polícia Militar Marcelo Andrade, 29 anos, que
pertence à 1ª CIPM de Pernambués.
Ele estava sem o fardamento no bar Manga Beer, local do crime. Segundo
Glauco Suzart, delegado da 2ª Coordenadoria de Polícia Interior
(Coorpin/Alagoinhas), Neto, que era pai de dois meninos, um de seis
meses e outro de seis anos, foi atingido por cinco tiros, sendo um no
rosto.
Tâmara Costa, prima da vítima, contou que Hebert estava
com amigos quando pediram a conta e o oficial da PM, sem conhecer nenhum
deles, pegou um pedaço de carne-de-sol do prato que o grupo pretendia
levar para casa. Hebert, já em pé, observou a ação do oficial e foi
tirar satisfações. Após ser repreendido pelo promotor, Marcelo sacou uma
pistola 380 (que está em seu nome) e disparou seis tiros na direção de
Neto. A vítima morreu na hora. “Eles não entraram em luta corporal e
nem se agrediram verbalmente. Foi aterrorizante”, relatou Tâmara.
Os
amigos de Hebert, que não foram atingidos, entraram em luta corporal e
conseguiram conter o tenente. Na confusão, três pessoas foram baleadas,
incluindo o autor dos disparos, que acertou a própria perna. Segundo a
assessoria do Hospital Dantas Bião, para onde foram levados os feridos,
nenhum corre risco de morte. Duas das vítimas já foram liberadas da
unidade hospitalar e o policial não teve ferimentos graves.
Segundo
o delegado Suzart, o tenente, que apresentava claros sinais de
embriaguez, foi preso em flagrante, por volta das 3h da madrugada de
ontem, e encaminhado para a delegacia do município. Marcelo Andrade foi
apresentado à corregedoria e já está detido no Batalhão de Choque de
Salvador. Ele será indiciado por homicídio qualificado e tentativa de
homicídio.
Em depoimento, o acusado narrou que teria se
defendido de três homens armados que estavam no restaurante. De acordo
com o delegado, nenhuma das testemunhas confirmou esta versão. Pessoas
próximas à família de Hebert e amigos lamentaram o ocorrido. “Um cara
de ouro. Amigo para todas as horas. Guardarei no coração só coisas boas.
Você vai fazer muita falta!”, disse Bruno Rapozo, amigo de infância de
Hebert, em mensagem no Facebook.
Já Rodrigo Saback, amigo da
vítima há dez anos, o descreveu como uma pessoa “animada e alto-astral”.
“Neto sempre foi um cara dez. Super amigo, brincalhão e não ficava
quieto. Ele sempre procurava deixar todo mundo à vontade”, disse com a
voz embargada. O nascimento do filho e a compra de uma moto eram
festejadas pela família. O corpo de Hebert Neto foi enterrado ontem, às
16 horas, no Jardim da Saudade, em Alagoinhas.
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