O Ministério Público Estadual quer que o
Hospital Universitário Pedro Ernesto, ligado à Universidade do Estado do
Rio de Janeiro (UERJ), identifique por exame de DNA os corpos de 15
bebês, que estão abandonados no necrotério da instituição, alguns há
mais de 4 anos. Ao todo, foram encontrados 40 corpos de recém-nascidos
amontoados ali.
O diretor
do hospital, Rodolfo Nunes, reconheceu a falha e informou que abrirá
sindicância para corrigir os problemas. O caso foi descoberto por acaso.
Uma mulher deu à luz em junho de 2012 um bebê prematuro de 6 meses, e
que pesava 800 gramas. Usuária de crack, ela abandonou o menino no
hospital.
A promotoria da
Infância e Juventude foi comunicada, como é de praxe. A criança morreu
em agosto e a promotoria enviou ofício, pedindo informações sobre o
sepultamento do bebê, para encerrar o caso. Não havia documento, porque o
menino continuava no necrotério do hospital.
A
promotora Ana Cristina Macedo vistoriou o necrotério. Encontrou 40
corpos de bebês, 15 deles sem identificação nenhuma. “Eram corpos
amontoados, mal armazenados. Uma situação estarrecedora, difícil de
contar”, disse em entrevista ao Fantástico.
Rodolfo Nunes disse à reportagem que o corpo do
bebê havia sido encontrado e seria sepultado. “Há um problema social de
as pessoas não buscarem os corpos dos seus filhos que evoluíram mal e
vieram a falecer. Não se tem prazo máximo para sepultamento e você pode
ter a expectativa de que o familiar vai vir pegar o corpo”, afirmou.
Além
de exigir a identificação dos bebês por DNA, o MP pediu a lista com
nome e endereço de todos os pais e cobrou que as crianças recebam
“sepultamento digno”.
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