África do Sul e China suspenderam a
compra de carne bovina do Brasil, segundo informou o Ministério da
Agricultura nesta quinta-feira. Também hoje, a Associação Brasileira das
Indústrias Exportadoras de Carne (Abiec) afirmou que não existe
justificativa técnica para nenhum país suspender as importações por
conta da confirmação de um animal morto em 2010 com o agente causador da
Encefalopatia Espongiforme Bovina (EEB), conhecido como mal da vaca
louca.
A entidade privada do principal exportador
global de carne bovina do mundo ainda trabalha junto aos clientes para
evitar que embargos como o anunciado pelo Japão se repitam. "Se isso
acontecer (embargo), o Brasil tem todo o direito de contestar a decisão
na OMC (Organização Mundial do Comércio)", afirmou Fernando Sampaio, da
Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne (Abiec), em
entrevista à Reuters.
O caso "atípico" do EEB
foi descoberto em animal que morreu em 2010, no Paraná. O Ministério da
Agricultura informou na última sexta-feira que a fêmea morta possuía o
agente causador da doença, uma proteína chamada príon, que pode ocorrer
espontaneamente em bovinos mais velhos e que poderia ou não causar a
doença. Para o ministério, o Brasil não tem a doença da vaca louca.
Sampaio
ressaltou que, no mesmo dia, a Organização Mundial de Saúde Animal
(OIE) reafirmou a classificação brasileira como risco insignificante
para a doença. A Rússia, um dos principias mercados da carne bovina do
Brasil, também sinalizou que poderia suspender as importações, mas não
emitiu uma decisão sobre o assunto até o momento. O executivo lembrou
que os Estados Unidos e até o Japão já tiveram situações semelhantes.
Nos EUA, o caso atípico foi encontrado em uma vaca leiteira que não
entrou na cadeia, e eles não tiveram barreiras comerciais, observou o
executivo.
Governo brasileiro vai esclarecer países
o
Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) informou, em
nota, nesta quinta-feira que vai enviar missões oficiais ao Japão,
África do Sul e China para esclarecer aos governos o caso não-clássico
do agente da Encefalopatia Espongiforme Bovina (EEB).
A
nota afirma que os três países já receberam informações do governo
brasileiro sobre o tema e outros esclarecimentos ainda serão prestados
nos próximos dias. De acordo com a nota "o Brasil também está
intensificando os contatos com os maiores importadores da carne bovina
brasileira. Serão prestadas todas as informações aos parceiros
comerciais do Brasil em todo o mundo".
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