terça-feira, 4 de dezembro de 2012

'PMs querem ver sua farda honrada', diz promotor do caso Acioli

O promotor de justiça Leandro Navega, que atua no julgamento do primeiro acusado da morte da juíza Patrícia Acioli - o cabo da Polícia Militar (PM) Sérgio Castro Jr - utilizou a presença dos policiais militares no Tribunal do Júri de Niterói para compor sua peça de acusação. Numa fala cercada de simbolismos e lembranças constantes do papel de Patrícia no combate ao crime, a certa altura discursou: "Tenho a certeza de que os policiais militares presentes neste tribunal querem ver sua farda honrada. Eles querem ver a prisão destes quadrilheiros", afirmou, em tom áspero, fazendo alusão aos 11 policiais da PM de São Gonçalo acusados da execução da magistrada, em 11 de agosto de 2011.


Em nome da memória de Patrícia Acioli e de "policiais honrados", o promotor disse que iria, sempre, brigar por justiça. Cerca de 15 PMs do 12º Batalhão de Niterói estão na sessão de julgamento desde cedo. Eles fazem a segurança de praxe no Tribunal, mas acabam por acompanhar os depoimentos e as defesas de tese dos magistrados com especial atenção, já que se trata de um julgamento de membros da corporação a que pertencem.

Durante sua fala, Leandro Navega utilizou algumas estratégias específicas para pedir aos jurados a condenação do cabo Sérgio Castro Jr. A primeira foi a tentativa de relativizar a delação premiada, benefício a que o cabo tem direito, já que é réu confesso. Ele concordou que a redução de pena deve ser aplicada, mas ponderou, defendendo que essa redução seja "mínima".

Outra investida do promotor público foi destacar que o réu julgado nesta terça-feira tem que ser envolvido no crime de formação de quadrilha. Isso porque, se ficar provado que houve este crime - além do homicídio triplamente qualificado -, os outros 10 PMs acusados estariam previamente responsabilizados pela execução da juíza.

Na sua peça de acusação, Leandro Navega também reforçou a tese de que o coronel da PM Cláudio de Oliveira deve figurar como responsável e mandante do crime. Oliveira comandava o 7º Batalhão da PM de São Gonçalo, que era o alvo de investigações por parte de Patrícia Acioli.

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