A apresentadora Rachel Sheherazade comentou os boatos de que teria sido
afastada do "SBT Brasil" pela emissora e afirmou que existe uma "pressão
política" contra ela. À Folha de S. Paulo, Sheherazade disse que o SBT
"sempre apoiou a liberdade de pensamento e expressão" e que ela não está
na bancada do telejornal por conta de suas férias - ela retorna no dia
14 de abril. A jornalista ficou conhecida por comentários considerados
conservadores - uma fala apoiando as pessoas que amarraram um ladrão a
um poste no Rio de Janeiro foi o que atraiu mais atenção e críticas.
A
jornalista diz sofrer retaliações fora do SBT. "Há uma pressão política
muito forte para que eu seja calada. PSOL e PCdoB entraram com
representações contra meu direito de opinião e tentam cercear minha
liberdade de expressão chantageando a emissora onde trabalho", afirmou.
Segundo ela, os partidos "ameaçam cortar verbas publicitárias estatais e
até pedir a perda da concessão da emissora".
Para Sheherazade, se trata de uma "tentativa de censura por meio de intimidação".
Em
fevereiro, o PSOL protocolou uma representação junta à
Procuradora-Geral da República para que SBT e Sheherazade respondam
civil e criminalmente por apologia ao crime. Em março, o PCDOB entrou
com representação também contra apresentadora e emissora por crime de
apologia e incitação ao crime, à tortura e ao linchamento. A
recomendação pede ainda que a Secretaria de Comunicação Social da
Presidência da República reconsidere as verbas de publicidade que o
governo repassa ao SBT.
O Ministério Pùblico Federal de
São Paulo avalia a parte da representação que diz respeito a estas
verbas. Já o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, afirmou que
vê "com muita preocupação" a denúncia contra a jornalista.
À
Folha, a deputada Jandira Feghali (PCdoB) defendeu a ação do partido.
"Nós não queremos calar a Sheherazade. O que a gente não admite é que o
SBT dê guarida à incitação ao crime. Uma coisa é a liberdade de
expressão e de opinião. Outra coisa é cometer apologia ao crime", diz.
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