quarta-feira, 9 de abril de 2014

"Há pressão política muito forte para que eu seja calada", diz Rachel Sheherazade

A apresentadora Rachel Sheherazade comentou os boatos de que teria sido afastada do "SBT Brasil" pela emissora e afirmou que existe uma "pressão política" contra ela. À Folha de S. Paulo, Sheherazade disse que o SBT "sempre apoiou a liberdade de pensamento e expressão" e que ela não está na bancada do telejornal por conta de suas férias - ela retorna no dia 14 de abril. A jornalista ficou conhecida por comentários considerados conservadores - uma fala apoiando as pessoas que amarraram um ladrão a um poste no Rio de Janeiro foi o que atraiu mais atenção e críticas.

A jornalista diz sofrer retaliações fora do SBT. "Há uma pressão política muito forte para que eu seja calada. PSOL e PCdoB entraram com representações contra meu direito de opinião e tentam cercear minha liberdade de expressão chantageando a emissora onde trabalho", afirmou. Segundo ela, os partidos "ameaçam cortar verbas publicitárias estatais e até pedir a perda da concessão da emissora".

Para Sheherazade, se trata de uma "tentativa de censura por meio de intimidação".

Em fevereiro, o PSOL protocolou uma representação junta à Procuradora-Geral da República para que SBT e Sheherazade respondam civil e criminalmente por apologia ao crime. Em março, o PCDOB entrou com representação também contra apresentadora e emissora por crime de apologia e incitação ao crime, à tortura e ao linchamento. A recomendação pede ainda que a Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República reconsidere as verbas de publicidade que o governo repassa ao SBT.

O Ministério Pùblico Federal de São Paulo avalia a parte da representação que diz respeito a estas verbas. Já o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, afirmou que vê "com muita preocupação" a denúncia contra a jornalista.

À Folha, a deputada Jandira Feghali (PCdoB) defendeu a ação do partido. "Nós não queremos calar a Sheherazade. O que a gente não admite é que o SBT dê guarida à incitação ao crime. Uma coisa é a liberdade de expressão e de opinião. Outra coisa é cometer apologia ao crime", diz.

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