O Grupo Gay da Bahia (GGB) divulgou nesta segunda-feira (23) uma nota em que se posiciona sobre o apoio cultural e patrocínio das ações de diversidade, como a Parada Gay, por órgãos públicos e iniciativa privada. Presidente da entidade, Marcelo Cerqueira diz que a falta de patrocínio reflete um certo tipo de preconceito baseado na orientação sexual.
"O movimento social LGBT movimenta grande número de pessoas formadoras de opinião, temos qualidade artística e cultural, geramos grande fluxo turístico e movimentamos uma cadeia produtiva responsável por milhões de empregos. Qual é o problema de nos financiar?!", questiona nota divulgada pelo grupo.
Para o GGB, depois de mais de duas décadas da primeira parada, os eventos não são mais somente um movimento de luta pelas bandeiras do universo LGBT, mas também se tornaram um evento de importância cultural e que contribui para o aumento de fluxo turístico das cidades.
O grupo lembra que em cidades como Salvador, Rio e São Paulo, as paradas gays já fazem parte do calendário de festas. O GGB estima um fluxo turístico de meio milhão de pessoas nos dias próximo ao desfile em Salvador. "É, efetivamente, um ambiente de explosão cultural e de oportunidades para a realização de negócios econômicos para muitos setores e segmentos diversificados ao exemplo da cultura e entretenimento", diz a nota.
Cerqueira cita a dificuldade de conseguir financiamento privado para os eventos. O GGB cita que em 2014 foram produzidos 70 mil kg de lixo na Parada Gay, a maioria em latinhas e garrafas de cervejas. "As marcas não enxergam esse público como consumidor dos seus produtos".
Já o poder público apoia as paradas "com muita timidez". "É importante que os editais dos órgãos da administração pública direta como Ministério da Cultura, Turismo e Saúde, empresas estatais como Petrobras, Banco do Brasil, Banco do Nordeste do Brasil, Banco Nacional do Desenvolvimento (BNDES), Caixa Econômica, Eletrobrás e Correios incorporem o apoio a diversidade e as Paradas do Orgulho de Gays, Lésbicas e Trans como eventos beneficiados por possíveis patrocínios", defende o GGB.
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