A Lamborghini aventador LP700, de Eike Batista, avaliada em R$ 1,62 milhão, apreendida pela Justiça Federal do Rio de Janeiro no começo de fevereiro, virou atração no estacionamento do Tribunal. Uma funcionária postou em sua conta no Instagram uma foto do superesportivo italiano com a brincadeira: “Eike, querido, posso dar uma voltinha no seu possante?! #estacionamento# justiçafederal #ostentação”.
A responsável pela brincadeira trabalha na presidência das Turmas Recursais dos Juizados Especiais Federais, que faz parte da Justiça Federal fluminense. O veículo foi apreendido por ordem da 3ª Vara Federal Criminal para assegurar os R$ 3 bilhões que seriam necessários para ressarcimento e eventuais indenizações nos processos aos quais Eike Batista responde.
Durante o cumprimento do mandado judicial, foram apreendidos seis carros, 16 relógios, obras de arte, dois motores de lancha, um celular, um piano e R$ 90 mil em dinheiro. De acordo com o juiz responsável pela decisão, Eike estaria transferindo bens para o nome de amigos e parentes.
No processo judicial, Eike é suspeito de uma série de crimes contra o mercado financeiro, provocando enorme prejuízo para seus investidores. Ele teria vendido ações de sua antiga petroleira OGX, com a ajuda de informações privilegiadas, além de supostamente ter cometido o crime de “put” - quando se promete investimento em uma empresa, mas isso não é feito.
Eike responde ainda pelos crimes de formação de quadrilha, falsidade ideológica e indução do investidor ao erro, com penas que, somadas, podem chegar a 12 anos de prisão.
Cinco dos carros apreendidos, incluindo a Lamborghini, vão a leilão ainda nesta semana.
O Terra entrou em contato com a Justiça Federal do Rio de Janeiro, para saber se a funcionária teria cometido alguma irregularidade e como é feito o armazenamento dos bens apreendidos, mas até a publicação desta reportagem não obteve resposta.
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