quarta-feira, 13 de abril de 2016

Gim Argello usou igreja para lavar dinheiro, diz MP

A conta de uma igreja foi usada pelo ex-senador Gim Argello (PTB-DF), preso nesta terça-feira na 28ª fase da Operação Lava Jato, para lavar dinheiro sujo, segundo investigações do Ministério Público Federal. O ex-senador teria indicado a paróquia de São Pedro, em Taguatinga (DF), da qual é frequentador, para receber 350.000 reais da OAS. Em troca da propina, o ex-senador teria se comprometido a agir para evitar a convocação de Leo Pinheiro e Ricardo Pessoa na CPI Mista da Petrobras - na época dos pagamentos, entre julho e outubro de 2014, Argello era vice-presidente da comissão, e os empreiteiros acabaram não sendo chamados. 

O procurador Carlos Fernando Lima ressaltou que ainda não há nenhum indício de que os párocos sabiam da origem ilícita do dinheiro, mas disse que as investigações precisam ser aprofundadas. Segundo ele, igrejas são "muito suscetíveis a serem usadas como fonte de dinheiro em espécie". Além do suposto crime de lavagem, os investigadores apuram se a igreja usou a sua influência para fazer campanha a Argello.

 "Não é porque é a Igreja Católica ou qualquer outra denominação que nós não vamos aprofundar as investigações", disse Lima. O repasse à instituição religiosa foi identificado em mensagens do ex-presidente da OAS Leo Pinheiro interceptadas pela Lava Jato. Segundo as investigações, Argello usa o termo "projeto alcoólico" para citar o ex-parlamentar numa referência à bebida gim.

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