sábado, 23 de setembro de 2017

Celsinho da Vila Vintém e mais 16 traficantes têm prisão decretada por invasão da Rocinha

A juíza Yedda Christina Ching-San Filizzola Assunção, do Plantão Judiciário, decretou, na madrugada deste sábado, a prisão temporária do chefão do tráfico Celso Luiz Rodrigues, o Celsinho da Vila Vintém, e de mais 16 traficantes pela invasão da Rocinha, no último domingo. Celsinho é um dos fundadores da facção Amigos dos Amigos, que domina a favela de São Conrado, e cumpre pena no Complexo de Gericinó. Em maio deste ano, ele havia conseguido, na Justiça, a transferência de um presídio federal para o Rio. De acordo com a investigação da 11ª DP (Rocinha), Celsinho teria sido um dos mandantes da invasão.

Condenado a mais de 30 anos de prisão por crimes como tráfico de drogas, homicídio, corrupção, sequestro, cárcere privado e ocultação de cadáver, Celsinho está encarcerado há uma década e meia. Desde 2014, o traficante cumpria pena em presídios federais, mais recentemente na Penitenciária de Porto Velho, em Rondônia, mesmo local onde está Antônio Fracisco Bonfim Lopes, o Nem da Rocinha.

Além de Celsinho, também tiveram as prisões decretadas Emerson Brasil da Silva, o Raro, chefe do tráfico da Pedreira, em Costa Barros, na Zona Norte e Leonardo Miranda da Silva, o Léo Empada, apontado como o homem designado pela facção para chefiar o bando que saiu do São Carlos para retomar a Rocinha.

Os outros traficantes com mandados de prisão pela invasão são Lásaro Lima Jorge, Josué Neves Alves, Vinicius dos Santos Mascarenhas, Washington de Jesus Andrade Paz, Marcos Paulo Guedes Facundo, Thiago Silva Mendes Neris, Thomaz Alves Da Silva, José Ribamar Monteiro de Oliveira, Jhonatan Porto Pessanha, Romário Pereira, Emerson Estevão dos Santos, José Carlos De Souza Silva, Felipe Melo de Assis Braga e Joel Souza Mendes.

Invasão foi ordenada de presídio

Como o EXTRA mostrou na última segunda-feira, a invasão da Rocinha na manhã do último domingo aconteceu, segundo a Polícia Civil, depois de um ultimato. Há cerca de um mês, Nem, mandou, do presídio federal onde está preso em Rondônia, a ordem para que Rogério Avelino da Silva, o Rogério 157, que lhe sucedeu no posto de chefe do tráfico, deixasse a favela. Rogério bateu o pé e não saiu do morro. Em 13 de agosto, três homens de confiança de Nem foram encontrados mortos num carro, na Estrada da Gávea. Na semana passada, outros aliados do antigo chefe da favela mais importante para a quadrilha, na Zona Sul, foram expulsos do morro. A cúpula da facção Amigos dos Amigos (ADA) — que domina a comunidade — decidiu, então, se unir para expulsar Rogério da favela. Nesta sexta-feira, depois de seis dias de confrontos, 950 homens das Forças Armadas ocuparam a Rocinha.

Agentes que investigam o tráfico na Rocinha já sabem que participaram da invasão traficantes do São Carlos, na Região Central do Rio, e da Vila Vintém, na Zona Oeste — todas, favelas dominadas pela mesma facção criminosa. O bando teria se reunido no São Carlos com traficantes expulsos da Rocinha e saído em comboio até a favela de São Conrado. Já na Rocinha, o grupo teria desembarcado na Autoestrada Lagoa-Barra e roubado carros de moradores para chegar à parte alta.

A decisão de invadir a favela teria sido tomada na última sexta-feira. Na ocasião, o movimento de advogados de chefes da facção no Presídio Jonas Lopes de Carvalho, unidade do Complexo de Gericinó que abriga os detentos da quadrilha, impressionou agentes penitenciários. Na unidade estão presos Celso Luís Rodrigues, o Celsinho da Vila Vintém, e Carlos José da Silva Fernandes, o Arafat.

Nesta quinta-feita, a Justiça decretou a prisão temporária de Antonio Francisco Bonfim Lopes, Nem da Rocinha, Rogério Avelino da Silva, Rogério 157, e outros nove suspeitos de participação na guerra.

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