quinta-feira, 28 de setembro de 2017

Culpar apenas Alex Muralha é mascarar todos os problemas do departamento de futebol do Flamengo

Culpar apenas Alex Muralha pela perda do título da Copa do Brasil ou até mesmo jogar a responsabilidade para Diego, que teve um pênalti defendido por Fábio, é mascarar todos os problemas que o Flamengo vem atravessando nesta temporada. Com alto investimento e grande expectativa, o time Rubro-Negro coleciona decepções e deixa a torcida ainda mais sem confiança na equipe.
O planejamento errado, por exemplo, pode ser apontado como um dos principais fatores que contribuiram para que, mais uma vez, o Flamengo se frustrasse em 2017. O problema no gol não começou ontem, ele teve início quando liberaram Paulo Victor sem ter ao menos alguém preparado para o posto. 

Sem o "concorrente", Alex Muralha viu apenas o jovem Thiago, que não havia disputado nem cinco partidas como profissional, se tornar a sua "sombra" no gol Rubro-Negro. Quando a diretoria se deu conta do problema em que se meteu já era tarde demais e Diego Alves não poderia disputar a competição mais importante para o Flamengo no segundo semestre.

A falha também afetou o bolso, já que para contratar um goleiro de nível as pressas teve que desembolsar uma boa grana de salário que gira em torno de 700 mil reais mensais (500 mil de salário + 200 mil de luvas), encarecendo ainda mais o elenco.

Se no gol foi assim, no meio-campo as coisas aconteceram da mesma forma. Sem Alan Patrick, que não teve seu contrato de empréstimo renovado, o Flamengo apostou na recuperação de Conca para ser a sombra ou até mesmo atuar ao lado de Diego. Apesar do alerta do departamento médico, a direção do futebol optou por contrata-ló e se quer teve o jogador em condições quando mais precisou.
Com a lesão de Diego, o time perdeu confiança e um responsável por organizar as jogadas no meio-campo, competição mais importante que o clube disputaria no ano. Eliminado na fase de grupos da Libertadores, o Flamengo até trouxe Everton Ribeiro, mas o atleta também não pôde atuar na Copa do Brasil.

No segundo semestre, inclusive, quando o caldo já havia entornado pela metade, a diretoria decidiu trazer mais peças, além dos citados, o zagueiro Rhodolfo e o atacante Geuvânio completaram a lista dos novatos. Nenhum deles podia entrar em campo pela Copa do Brasil. 

Além de tudo isso, vale ressaltar a dificuldade do Flamengo para vencer jogos decisivos fora de casa. Entre Libertadores e Copa do Brasil, por exemplo, a equipe derrotou apenas o frágil Atlético-GO, perdeu para o Santos, empatou com o Botafogo no Engenhão e não conseguiu vencer o Cruzeiro no Mineirão.

Diante disso, o jogo ruim do Flamengo no Maracanã, onde podia ter encaminhado uma vitória, foi crucial para a decisão do título. A falha de Thiago, na reta final do jogo deu animo para que o Cruzeiro chegasse em casa com totais condições de ser campeão.

No Mineirão, durante os 90 minutos, o jogo não foi bom, o Flamengo não teve criatividade e em momomento nenhum parecia decidido a definir a partida. Para quem vive um dilema quando as cobranças de pênaltis era essencial a atitude. 

No final das contas, jogar a responsabilidade apenas para Muralha é esquecer todas as decepções da temporada até aqui e mascarar os problemas. Para que isso não se repita na Sul-Americana, única competição que resta ao clube, é preciso enxergar os erros e não individualiza-los.

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