Ter muito dinheiro não é garantia de sucesso no futebol brasileiro. É o que mostra a análise do estudo feito pela Casual Auditores sobre os números dos clubes brasileiros.
– É preciso investir dentro de um equilíbrio financeiro – afirma Amir Somoggi, da Casual Auditores.
O Barueri vai exatamente na contramão desta tendência. Foi o clube que menos gastou em 2008 (R$ 6,3 milhões) e conseguiu a vaga na Série A. Neste ano, projeta um gasto bem maior (entre R$ 18 milhões e R$ 21 milhões) e ainda assim está no nível mais baixo dos clubes brasileiros. Milagre? Não. Planejamento.
Na conta dos clubes, ainda falta um componente importante: o controle dos gastos com salário de acordo com um teto estabelecido pela receita gerada. O Barueri, por exemplo, utiliza entre 55% e 60% da receita. O Internacional utiliza 80%. E a média entre varia entre 70% e 75%.
O controle de gastos já é comum nas maiores potências da Europa.
– Eles usam como uma norma interna. O Barcelona tem um teto de 60%. O Manchester United não ultrapassa 48% da receita – compara Marco Aurélio Klein, professor da Fundação Getúlio Vargas.
Outro fator nocivo ao futebol é a dependência do alto valor gerado com a venda de atletas. Em 2008, os clubes ganharam R$ 397 milhões nesta modalidade. Esta receita seria natural se fosse esporádica e servisse como uma forma de investimento. Mas não é. Há clubes que já colocam em seus orçamentos a venda de um craque por ano.
– Nós não contamos com este valor. Não fazemos um planejamento pensando no que podemos ganhar com vendas – explica Matsumoto, exemplificando o Barueri.
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