
Como é que Pinóquio, o boneco de madeira que queria ser gente, foi parar nas palestras do ginecologista Eliano Pelini, chefe do setor de sexualidade da Faculdade de Medicina do ABC, de São Paulo? Para o médico, o nariz de Pinóquio é como um pênis, que cresce cada vez que seu dono conta uma mentira.
Ao lado de um telão com imagens do filme sobre o personagem, feito por Walt Disney em 1940, o doutor explica: “Os homens mentem amor para conseguir sexo. As mulheres, por outro lado, fingem sexo para conseguir amor”. A frase é forte. Silêncio na platéia. Em segundos, cabeças balançam em concordância – inclusive a dos outros três especialistas em sexualidade que dividiam o palco com o doutor Pelini.
Se todos nós, algum dia, contamos mentiras nus, refestelados em travesseiros, seríamos então caras-de-pau por natureza? Nem sempre. Mulheres, ao fingir o orgasmo ou transar sem vontade, prejudicam muito mais elas mesmas que os parceiros. “Elas têm medo de magoá-los”, diz a sexóloga e psiquiatra Carmita Abdo, coordenadora do Projeto Sexualidade (Prosex) do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas. “Com isso, acabam se anulando.
O resultado, inúmeras vezes, vem a ser ficar não só sem amor (mentira, como se sabe, tem perna curta), mas também sem sexo – pelo menos o de qualidade. Afinal, é só com sinceridade que a mulher pode ajudar o companheiro a desvendar o mapa do prazer de seu próprio corpo. “Muitas nem se importam em gozar. Querem do sexo apenas o carinho, a sensação de serem desejadas, que elas consideram amor”, completa a doutora Carmita.
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