segunda-feira, 18 de agosto de 2014

Assaltante invade igreja em Ipanema e mantém fiel refém por quase três horas

Um assaltante em fuga invadiu a Igreja Nossa Senhora da Paz, em Ipanema, na zona sul, na tarde deste domingo (17) e manteve um fiel refém por quase três horas. Carlos Alberto de Souza Júnior, de 29 anos, pretendia render o padre José Ricardo, que rezava a missa das 16h30. O religioso foi liberado depois que o ministro da Eucaristia Eduardo Amaral se ofereceu para ficar em seu lugar.

Houve pânico entre as cerca de 500 pessoas que assistiam à missa. A igreja foi cercada pelas tropas de elite das polícias Civil e Militar. A Igreja Nossa Senhora da Paz foi invadida depois que três homens tentaram assaltar a Drogaria Pacheco, na Rua Garcia D'Ávila. Policiais militares que passavam pelo local trocaram tiros com os criminosos - um fugiu a pé e dois embarcaram num táxi, que foi perseguido por duas quadras.

Em frente à Praça Nossa Senhora da Paz, o motorista do táxi Meriva, placa LLX-7201, tentou tomar a arma do criminoso. Houve luta e o motorista acabou com o dedo preso no ferrolho da arma. Ferido, foi levado para o Hospital Municipal Miguel Couto. Na confusão, um dos assaltantes fugiu e Souza Júnior entrou na igreja. Ele seguiu em direção ao padre, apontando a arma. Eduardo Amaral se colocou na frente do religioso e se ofereceu para ficar no lugar dele.
Fiéis entraram em pânico e houve correria. Os que estavam mais ao fundo conseguiram deixar o templo. Os que estavam próximos ao altar se jogaram no chão. “Ele apareceu do nada. Foi muito difícil. Quem estava na frente, se jogou no chão. Aos poucos conseguimos tirar essas pessoas. Havia cadeirantes e idosos com dificuldade de sair.
Algumas pessoas não queriam sair porque estavam preocupadas com as bolsas”, contou a coordenadora do Acolhimento, Célia Alves da Rosa, de 45 anos. Homens do Batalhão de Choque e do Batalhão de Operações Especiais (Bope) da Polícia Militar e agentes da Coordenadoria de Recursos Especiais da Polícia Civil cercaram a igreja.
O Bope assumiu a negociação. Avisado por vizinhos no Morro do Cantagalo, em Ipanema, o pai do assaltante seguiu para a igreja e se apresentou aos policiais. Ele identificou o filho como Juninho, de 29 anos, paciente há 10 anos do Instituto Philippe Pinel, onde se trata de esquizofrenia. Ele disse que o rapaz toma remédios controlados, não tem antecedentes criminais mas, eventualmente, apresenta comportamento agressivo.
Durante a negociação com a polícia, o homem pedia garantias de vida. Exigiu a presença da televisão. Às 19h10, ele liberou o refém e se entregou aos policiais. “Só pedia a Deus pela minha vida e pela dele (o assaltante)”, disse Eduardo Amaral, após ser libertado.
A negociação foi acompanhada também pela delegada Valéria de Aragão Sadio, que assistia à missa. “Ele resistia a se entregar, dizendo que seu parceiro estava morto ou ferido. O grande complicador da negociação é que o comportamento dele era imprevisível”, afirmou.

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